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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Glaucoma: doença pode levar à cegueira

Diagnóstico precoce é palavra chave no combate ao problema

A terceira maior causa de cegueira irreversível no Brasil é o glaucoma, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Estimativas da entidade revelam que entre 1% e 2% da população tem o problema, taxa que aumenta para 6% acima dos 70 anos.

A doença pode ser facilmente controlada com o uso de colírios, mas apesar da simplicidade do tratamento, o glaucoma é perigoso, porque não apresenta sintomas em estágio inicial.

Aproximadamente 985 mil brasileiros têm a doença, dos quais 635 mil não apresentam sinais do problema. Quando o paciente descobre, já perdeu parte da visão, que não pode ser recuperada.

“O médico pode controlar a doença, mas se o paciente já tiver perdido qualquer porcentagem da visão, ela não será reestabelecida”, afirma Tiago Prata, oftalmologista do Hospital Medicina dos Olhos e chefe de ambulatório do setor de glaucoma da UNIFESP. “Por isso o diagnóstico precoce é tão importante”.

A doença do nervo óptico ocorre, na maior parte dos casos, pela pressão intraocular elevada – medida pela quantidade de líquidos produzidos pelo olho e a quantidade drenada. A alteração pode ser diagnosticada por um oftalmologista através de exames realizados no próprio consultório.

Quem tem casos na família deve passar por consultas periódicas, no máximo a cada dois anos, já que a chance de apresentar o problema é dez vezes maior do que na população em geral. Além de ser hereditário, o glaucoma tem uma incidência maior em pessoas negras e acima dos 40 anos. “O risco aumenta a cada década de vida”, afirma Prata. O tipo mais comum diagnosticado no País é o glaucoma de ângulo aberto, que correspondente a 80% dos casos.

Controle
Todos os tratamentos disponíveis servem apenas para controlar o avanço da doença e agem na redução da pressão intraocular. “A primeira opção dos médicos, em geral, é o tratamento clínico, ou seja, a medicação. O paciente passa a fazer uso de colírios de duas e três vezes por dia”, explica João Antonio Prata Junior, presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma e professor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Se essa opção não for eficaz, parte-se para o laser. O procedimento dura em média 10 minutos, é realizado nos dois olhos e tem como objetivo melhorar o escoamento do líquido produzido.

Há ainda o tratamento cirúrgico, indicado para casos mais graves. “O médico tenta criar um sistema de drenagem do líquido da face interna do olho”, explica o oftalmologista Tiago Prata. Leva em torno de 40 minutos e é realizado com anestesia local. “Com os tratamentos atuais, se o diagnóstico for realizado cedo, as chances de preservar a visão são bem altas”, completa ele.

Estudos e descobertas
Durante reunião da Sociedade norte-americana de Química, pesquisadores revelaram que lentes de contato com vitamina E podem ajudar a manter a medicação do glaucoma por mais tempo em contato com o olho. Segundo o médico responsável pela pesquisa, Anuj Chauhan, a vitamina agiria como um bloco de retenção da medicação (colírio) permitindo que o remédio chegasse às camadas mais profundas do olho.

Mas estudos e pesquisas nessa área concentram-se na identificação precoce do problema, por conta da importância do diagnóstico. O maior avanço está nos exames de imagem que hoje permitem encontrar o glaucoma mais cedo, com destaque para a tomografia de coerência ótica (OCT), disponível em centros especializados das redes pública e privada de saúde.

Nos Estados Unidos, uma pesquisa realizada por cientistas do Instituto dos Olhos de Vanderbilt e publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences, no início deste mês, identificou que o primeiro sinal de danos causados pelo glaucoma está no cérebro. O glaucoma sempre foi tratado como uma doença do olho, em que a sensibilidade dessa estrutura em relação à pressão intraocular causa prejuízos à retina e ao nervo ótico, componentes do sistema nervoso central. Esse estudo sugere que o glaucoma é semelhante a qualquer outra doença do sistema nervoso central.

A descoberta deve fazer com que o tratamento nessa área avance em outra direção: na função dos neurônios do cérebro, onde o nervo ótico forma suas primeiras conexões.

Fonte iG

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