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terça-feira, 24 de julho de 2012

Rio planeja implantação de centros de traumas para atender acidentados

Objetivo é garantir atendimento rápido e exclusivo para lesões que costumam exigir intervenção cirúrgica de emergência

O governo do Rio de Janeiro pretende implantar, até 2014, cinco centros de emergências específicos para pacientes que sofrem traumas múltiplos em acidentes. Objetivo é garantir atendimento rápido e exclusivo para lesões que costumam exigir intervenção cirúrgica de emergência. Os novos centros devem custar cerca de R$ 900 milhões e vão demandar cerca de 120 profissionais.

Segundo o coordenador de Trauma da secretaria e responsável pela estruturação do projeto, o médico Rogério Casemiro, " no plantão, entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, a ideia é que haja 20 profissionais por dia, em cada centro, para atender, simultaneamente, a quatro pacientes com todos os recursos. Claro que se houver mais pacientes, trabalharemos com uma outra lógica para poder atender a todos" , explicou.

A primeira unidade será criada no Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, até o fim do ano. Nela, haverá um heliponto. As demais unidades serão construídas nos hospitais Albert Schweitzer, em Realengo; Rocha Faria, em Campo Grande; Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias; e no futuro Hospital Estadual de Trauma, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

As equipes serão compostas por ortopedistas, cirurgiões geral e vascular, anestesistas e neurocirurgiões, além de cirurgiões pediátricos com formação em trauma, cirurgiões torácicos e urologistas. A forma de contratação dos profissionais ainda está sendo estudada.

Experiência importada
A primeira equipe - 11 médicos e seis enfermeiros da Secretaria de Saúde - foi treinada durante seis semanas em universidades norte-americanas com renomada experiência nesse tipo de atendimento. Casemiro explicou que esses profissionais vêm se reunindo para adaptar os processos e protocolos usados nos Estados Unidos à realidade e à legislação brasileiras e serão multiplicadores das técnicas aprendidas. " Tivemos que buscar essa experiência fora do país, pois, no Brasil, não existe um centro específico para traumas. Fizemos um convênio com as universidades de Maryland e de Miami, que estão nos apoiando nesse projeto."

O secretário-geral do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) e coordenador da Comissão de Saúde do órgão, Pablo Vazquez, elogiou a iniciativa e ressaltou que é fundamental a contratação de novos profissionais para que o projeto contribua efetivamente para a melhoria desse tipo de atendimento. " Nosso entendimento é que o hospital especializado é importante para ter uma capacidade melhor de resultados, mas nosso receio é que, em vez de aumentar a oferta de serviço, haja uma concentração de profissionais nesses centros e a qualidade diminua nos outros hospitais, que também têm que prestar esse tipo de atendimento" , observou.

Vazquez destacou que, nos Estados Unidos e no Canadá, onde essa estratégia é adotada, o táxi áereo funciona muito bem e não faltam médicos especializados. " No Brasil, temos déficit de neurocirurgiões. Deve haver a contratação de novos profissionais e não a transferência dos que já existem. Os próprios hospitais considerados de referência já carecem de médicos especializados" , lamentou.

Para sindicato, projetos ainda são ineficazes
O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, disse que qualquer proposta para melhorar a assistência no estado é bem-vinda, mas que, nos últimos seis anos, os projetos anunciados pelo governo ou não se concretizam e ou têm se mostrado ineficazes para resolver a crise da saúde pública no Rio. O estado obteve, recentemente, a pior colocação do Brasil em assistência do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo o Índice de Desempenho do SUS, do Ministério da Saúde.

" O que se percebe é que o governo lança esses projetos, muito bons na teoria, como medidas de marketing político, do que propriamente para resolver o problema da saúde no estado do Rio. O governador [Sérgio Cabral] anunciou a criação de unidades de Pronto-Atendimento [UPAs], mas esses projetos não conseguiram solucionar os problemas. O que vemos são longas filas, longo tempo de espera, pacientes internados há vários dias em unidades que não permitem esse tipo de internação e a rede hospitalar abarrotada" , declarou.

Fonte isaude.net

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