Medicação, hidratação e higienização adequada são fundamentais para a prevenção
Infecção urinária — ou cistite, como também é chamada — está entre as doenças mais comuns, sobretudo entre as mulheres. No mundo todo, ocorrem cerca de 150 milhões de infecções urinárias por ano, o que representa, somente nos Estados Unidos, um gasto direto aproximado de US$ 6 bilhões. O principal responsável por essas infecções é uma bactéria chamada Escherichia coli, representando entre 70% e 90% dos casos.
A maior parte das infecções urinárias sintomáticas envolve mulheres jovens. Cerca de um a dois quintos delas terão cistite em algum momento durante a vida e 20% terão as chamadas infecções recorrentes. A colonização excessiva da mucosa vaginal e da região genital parece ser um pré-requisito necessário para as cistites causadas pela E. coli. Trata-se de uma bactéria que faz parte da flora normal da pele e das mucosas, por isso haveria uma predisposição para que ela se tornasse patogênica, ou seja, causadora de doença, no caso, a cistite.
As mulheres que apresentaram uma taxa de mais de duas infecções por ano ao longo dos anos têm grande probabilidade de continuarem a ter infecções recorrentes. Embora os episódios isolados de infecção possam ser tratados com o uso de antibióticos adequados em tratamentos de curta duração, algumas mulheres podem apresentar reinfecções em intervalos frequentes e, nesses casos, pode ser preferível a profilaxia, ou seja, tratar-se antecipadamente por um período pré-definido.
Medicamento de dose única
Na última década, agentes antibióticos como sulfametoxazol-trimetoprim, nitrofurantoína e quinolonas provaram-se eficientes no tratamento profilático de longa duração das cistites recorrentes. Entretanto, a emergência de cepas de bactérias urinárias resistentes a estas drogas representa uma preocupação.
A recomendação da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo é a utilização de Fosfomicina Tromental no tratamento. Estudos concluíram que, por ser ministrado em única dose, a droga apresenta menor resistência bacteriana.
Tire suas dúvidas
:: Como descobrir a doença?
O exame de urina é útil no diagnóstico de mulheres com suspeita de cistite sem quadro clínico típico. Porém, o resultado negativo não exclui a possibilidade de infecção, sendo indicada urocultura. Abaixo, algumas das principais dúvidas sobre o problema.
:: O uso indiscriminado de antibióticos pode dificultar tratamentos futuros?
Sim. A escolha do tipo de medicação e o tempo em que será utilizada deve ser orientada pelo médico, pois pode deixar as bactérias mais resistentes.
:: As cistites sempre são causadas por bactérias?
Não. Os sintomas encontrados na cistite bacteriana podem estar associados a outras doenças.
:: Roupa íntima causa cistite?
Depende. Roupas muito justas, ou que dificultem a transpiração da região vaginal podem favorecer a proliferação bacteriana e colonização da bexiga. Algumas mulheres têm o hábito de usar diariamente absorvente vaginal, que também pode favorecer a ocorrência de cistites.
Fonte Zero Hora
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