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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Luto Patológico: um sentimento que não vai embora

A palavra luto, originalmente, significa sentimento de pesar pela morte de alguém. É um processo que, normalmente, tem começo, meio e fim.
 
A maior intensidade ocorre na hora em que se perde o ente querido e esse sentimento vai decrescendo até tornar-se, progressivamente, uma lembrança. Porém, quando esse processo pode não se finalizar de forma correta, impedindo que o indivíduo retorne as suas atividades cotidianas, se dá início ao que se chamada de Luto Patológico.
 
“Uma perda pode ser vista pelas pessoas como ‘um choque’, no sentido literal da palavra e, de forma semelhante a um machucado físico, o conhecido ‘ferimento’ que aos poucos se cura. Porém, no processo de cicatrização podem ocorrer complicações e a cura se torna um processo mais lento. Nesses casos surgem as condições anormais, propiciando o aparecimento de outros tipos de doenças”, aponta Régis Siqueira Ramos, psicólogo ligado ao Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa em Luto da Faculdade de Medicina da USP (NIPPEL/HCFMUSP).
 
O processo do luto
No processo de luto normal que ocorre após a morte de uma pessoa querida, se vivenciam sentimentos de ambivalência entre a aceitação da perda de um lado, e o ajuste vivencial ao (novo) ambiente sem a pessoa perdida.
 
“E, nestes casos, muitos dos sintomas relacionados ao luto se assemelham aos da depressão, ou seja, um dos aspectos diferenciais para esse diagnóstico é a preservação da autoestima pelo indivíduo, coisa que não se observa no processo depressivo. Aliás, sabe-se que antes dos dois meses de luto, os sentimentos se sobrepõem a outros e, por exemplo, é mais difícil diferenciarmos estes sentimentos dos quadros uma vez que muitos destes sentimentos de perda ainda estão presentes”, diz Ramos.
 
Quando o luto passa a ser doença
De acordo com o especialista, esse tipo de luto patológico, ou seja, que não se finaliza dentro do tempo esperado, pode ser divido em três tipos. O primeiro deles é o chamado de “luto crônico”, ou seja, aquele que tem duração excessiva e nunca chega a um término satisfatório.
 
“Há também o ‘luto retardado ou ausente’, onde apesar de uma reação normal a perda, o indivíduo não exibe condições suficientes para superá-lo. E, finalmente, no ‘luto severo’ há uma intensificação do sentimento”, explica Ramos.
 
Os determinantes que podem fomentar um luto patológico estão basicamente ligados a questões envolvendo o relacionamento com a pessoa perdida como, por exemplo: quem era a pessoa com quem se perdeu o contato, a natureza desta ligação, forma com que essa morte ocorreu, história de vida e etc. “Esse sentimento também pode estar ligado à personalidade de quem sofre com o luto”, pontua Ramos.
 
Uma das possíveis causas dessa patologia é o chamado ‘adiamento’ ou ‘negação do sentimento’. “No luto adiado, as reações imediatas à morte não são vivenciadas na ocasião e são acionadas mais tarde através de outros eventos detonadores, com uma carga emocional menor, embora suficientemente forte para desencadear o processo”, diz Ramos.
 
No luto negado, o “enlutado” – pessoa que carrega o sentimento da perda – não dá vazão ao processo, bloqueando-o e agindo como se nada tivesse acontecido, negando todos os sinais de sofrimento e dor. “Além disso, muitas pessoas têm a sensação de deixarem o sofrimento de lado, aponta Régis. Nesses casos, diz o pesquisador, as pessoas imaginam que indivíduo que se foi ainda está presente, silenciosamente observando e julgando.
 
Como reconhecer alguém que está passando por um luto patológico
 
Se após a morte, o enlutado persistir no processo de luto por mais de um ano e apresentar os sinais e sintomas abaixo descritos, é provável que seja hora de buscar ajuda profissional:
 
• Alucinações e memórias espontâneas relacionadas com quem se perdeu;
 
• Fortes períodos de emoção relacionada com a pessoa falecida;
 
• Anseios ou fortes desejos de que a pessoa falecida esteja presente;
 
• Sentimentos de intensa solidão e vazio;
 
• Afastamento ou evitação radical das pessoas ou locais que recordam o falecido;
 
• Distúrbios do sono;
 
• Perda de interesse pelas atividades profissionais, sociais e cotidianas.
 
Quem procurar?
O Luto Patológico deve ser tratado pelo psicólogo que o auxiliará na elaboração do luto. É necessário também o acompanhamento psiquiátrico, pois devido à gravidade do transtorno o uso de medicamentos geralmente é indicado.
 
“Esse processo de cura se dá após o reconhecimento e aceitação da morte ocorrida e, também, com a retomada do controle de suas emoções e problemas que essa perda ocasionou ao enlutado. O luto resolvido apenas aparentemente, pode deixar marcas que podem se manifestar a longo prazo”, pontua Ramos.
 
Para buscar atendimento gratuito

4 Estações Instituto de Psicologia, telefone: (11) 3891.2576 ou www.4estacoes.com

LELU – Laboratório de Estudos Sobre Luto da PUC-SP, telefone: (11) 3670-8040

Departamento de Psiquiatria da UNIFESP, telefone: (11) 5084.4698
 
Outros serviços

Clínica Guignomai, telefones: (11) 5573.7966 e 5084.7785

Fonte O que eu tenho

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