Partículas impedem estado constante de hiper-inflamação que pode levar a doenças como aterosclerose e câncer
Cientistas do Brigham and Womens' Hospital e do Columbia University Medical Center, ambos nos EUA, desenvolveram uma nanopartícula biodegradável que resolve eficazmente a inflamação no organismo.
A inflamação é o mecanismo de defesa natural contra organismos invasores e lesão tecidual. Na inflamação aguda, os mediadores de agentes patogénicos ou inflamatórios são limpos e homeostase é atingida, no entanto, em estados inflamatórios crônicos, esta resposta é prejudicada, resultando em danos nos tecidos.
Os cientistas acreditam que a inflamação é um fator importante que contribui para a progressão de uma série de doenças devastadoras, tais como aterosclerose, artrite, e outras doenças neurodegenerativas, além do câncer. Uma vez que o nível de inflamação em tais doenças é muito elevado, a segmentação de soluções terapêuticas são necessárias para ajudar a manter a inflamação sob controle.
Agora, a equipe de pesquisa desenvolveu nanopartículas que são capazes de encapsular e liberar uma droga peptídica contra inflamação.
Os autores mostraram que as nanopartículas são potentes nanomedicamentos, capazes de seletivamente chegar a locais de lesão tecidual em ratos, e liberando sua carga terapêutica útil de forma controlada ao longo do tempo. Excepcionalmente, estas nanopartículas são projetadas para atingir o microambiente extracelular de tecidos inflamados. As partículas então lentamente liberam a carga de resolução de inflamação potente.
O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
"A beleza desta abordagem é que ela tira vantagem da própria natureza para prevenir danos induzidos pela inflamação, e, ao contrário de outras estratégias anti-inflamatórias, não compromete a defesa do hospedeiro e promove a reparação do tecido", afirma o coautor sênior do estudo Ira Tabas.
Polímeros compostos por três cadeias anexas foram desenvolvidos como blocos de construção para as nanopartículas. Uma cadeia permitiu a liberação controlada e retenção da carga útil terapêutica, neste caso, um péptido que imita as propriedades da proteína anexina A1. Outra cadeia conferiu propriedades de discrição para as nanopartículas, permitindo sua circulação longa após a administração sistêmica. Ainda uma terceira cadeia forneceu a capacidade das nanopartículas para atacar a proteína de colágeno IV da parede vascular.
Como tal, estas nanopartículas são capazes de seletivamente furar a vasculatura ferida permitindo que sua carga terapêutica anti-inflamatória seja liberada onde ela é necessária para promover eficazmente a resolução da inflamação de forma deliberada e orientada.
"Estas nanopartículas são capazes de impedir os neutrófilos, forma mais abundante de células brancas do sangue, de se infiltrarem em locais de doença ou lesão, em doses muito pequenas. Esta ação impede ainda os neutrófilos deliberarem outras moléculas de sinalização, que poderiam levar a um estado hiper-inflamatório constante e outras complicações e doenças", explica a coautora da pesquisa Nazila Kamaly.
Fonte isaude.net
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