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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Crack provoca maior porcentagem de morte de neurônios que a cocaína

Usuários de crack na região conhecida como
Foto: Marcelo Camargo/ABr
Usuários de crack na região conhecida como "Cracolândia",
em São Paulo
A fumaça que o usuário inala com a queima da pedra tem efeito rápido. Quanto mais fuma, mais rápido é este efeito
 
O usuário de crack inala não apenas a cocaína, mas também uma substância derivada de sua pirólise, um éster denominado metilecgonidina (AEME). Essa substância provoca a morte de neurônios de um modo muito mais agressivo do que aquele observado quando o usuário cheira ou injeta a cocaína, como mostram estudos realizados na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP.

O crack é a mistura da pasta bruta de cocaína, bicarbonato de sódio e água." Quando o usuário aquece a pedra de crack, ele acaba por inalar não apenas a cocaína (um alcaloide) mas também a AEME, um éster. Por isso, os danos são muito maiores, pois o usuário sofre os efeitos tanto da cocaína como da AEME" , explica a professora Tania Marcourakis, do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da FCF, que é responsável por uma linha de pesquisa sobre o tema.

Os pesquisadores realizaram estudos (in vitro) utilizando uma cultura primária de neurônios extraídos do hipocampo (região do encéfalo ligada à memória) de fetos de ratos. Os cientistas descobriram que nas amostras onde incubaram a AEME e a cocaína juntas, durante um período de 48 horas, houve pelo menos 50% mais mortes de neurônios, em comparação às amostras onde a cocaína e a AEME foram incubadas isoladamente na cultura primária de neurônios. Estes resultados indicam que o usuário de crack pode estar exposto a uma maior neurodegeneração em relação aos usuários de outras formas de uso da cocaína.

Este estudo foi realizado durante o mestrado do aluno Raphael Caio Tamborelli Garcia, " Efeitos neurodegenerativos da metilecgonidina e da cocaína em cultura celular primária de hipocampo" , apresentado em 2009 sob a orientação da professora Tania.

Atualmente, Garcia está cursando o doutorado nos Estados Unidos onde investiga os efeitos da AEME no cérebro de ratos. " A pesquisa tem o objetivo verificar se a AEME é apenas neurotóxica ou se também contribui para a dependência ao crack" , explica a professora.

Sabe-se que a fumaça que o usuário inala com a queima da pedra do crack é absorvida rapidamente pelo organismo, provocando, do mesmo modo, um efeito muito rápido. Então, quanto mais o usuário fuma, mais rápido é o efeito. E quanto mais ele fuma, mais ele quer fumar, e mais rápido se torna dependente da droga.

Com informações da Agência USP
 
Fonte isaude.net

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