Quem procura, tem grandes chances de realmente achar |
Quem procura, tem grandes chances de realmente achar. Esse é o panorama geral que engloba os temidos, mas nem sempre malignos, nódulos da tireoide. A glândula que tem o formato de uma borboleta ou de um H, localizada na região anterior e inferior do pescoço, é responsável pela produção de hormônios que regulam o metabolismo do organismo. Mas também é causadora de expectativa e estresse quando seus nódulos acabam descobertos seja por palpação ou exame ultrassonográfico.
Conforme explica o oncologista Gyl Henrique A. Ramos, especialista em cabeça e pescoço do Hospital Erasto Gaertner, de Curitiba, onde 3.400 casos de tumores de tireoide foram detectados de 1990 a 2004, a grande verdade é que nódulos na glândula tireoide são comuns — mais do que se imagina. Massas sensíveis ao toque, palpáveis, são detectadas em cerca de 3% da população geral, seja pelo autoexame do paciente (olhando o pescoço no espelho) ou pelo exame médico.
— Mas os números podem surpreender: considerando os nódulos diagnosticados por ultrassonografia, a prevalência pode ultrapassar 50% na população feminina com mais de 50 anos de idade — revela.
No entanto, a probabilidade de um nódulo com padrão suspeito ser maligno é baixa: de 5 a 10% dos casos. E, no caso de um câncer, costuma ser pouco invasivo, com bom prognóstico e sobrevida chegando a quase 100% em dez anos, desde que todo o tratamento e acompanhamento sejam feitos.
— Os endocrinologistas, os cirurgiões de cabeça e pescoço e os cirurgiões oncológicos, com formação adequada e conhecendo as particularidades da população de cada microrregião brasileira, estão aptos para suspeitar, diagnosticar e tratar esta doença tanto benigna quanto maligna — ressalta o especialista.
Desse modo, o principal desafio para os especialistas é diferenciar um nódulo com potencial maligno de um nódulo benigno. Para isso, utilizam-se dados de história familiar e exame físico, além de vários exames, marcadores séricos e citologia do nódulo, obtida por punção aspirativa com agulha fina (PAAF). Com esses dados, é possível identificar com razoável sensibilidade e especificidade os pacientes portadores de carcinoma de tireoide (câncer).
Segundo o oncologista, existe um determinado tipo de câncer da tireoide que está relacionado com alteração genética familiar, o que implica na necessidade de uma pesquisa junto aos familiares em busca dessas alterações que indicam maior risco de desenvolvimento da doença.
— Nesses casos, leva-se em consideração a retirada preventiva da glândula — comenta.
— Médicos clínicos gerais e principalmente os endocrinologistas, com formação adequada e conhecendo as particularidades da população de cada microrregião brasileira, estão aptos para suspeitar, diagnosticar e tratar o problema — ressalta.
Fonte Zero Hora
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