Carol Dias/Divulgação Cena do documentário "Renascimento do Parto" mostra mulher dando à luz em uma banheira |
Será que a prática excessiva de cesarianas terá impacto negativo na
humanidade?
Essas são algumas questões levantadas no documentário "O Renascimento do
Parto" (2013, 90 min), que estreia dia 9 em São Paulo, no Rio e em Brasília e,
em setembro, integrará o 6º Los Angeles Brazilian Film Festival.
O documentário ouve médicos, obstetrizes, doulas e o Ministério da Saúde,
numa espécie de manifesto em favor do parto humanizado --em casa ou no hospital.
"Muita gente pensa que o filme quer fazer a dicotomia entre cesárea e parto
normal. Mas é mais que isso, é mostrar o absurdo do índice de cesáreas e dizer
que existe o parto humanizado", diz Érica de Paula, acupunturista, doula e
responsável pela produção e pelo roteiro do filme.
No filme --dirigido por Eduardo Chauvet, marido de Érica--, são apresentados
malefícios das cesarianas marcadas por conveniência, como o risco da
prematuridade, e as intervenções realizadas nos hospitais.
Talvez a cena mais forte seja a que mostra uma episiotomia --corte na região
entre a vagina e o ânus da mulher em trabalho de parto.
Por outro lado, o documentário destaca o sentimento de estreitamento de laços
no parto humanizado.
É quando, segundo o médico francês Michel Odent, os "hormônios do amor" da
mãe passam melhor para o filho.
"A cabeça da mulher moderna atrapalha. Precisamos nos limpar desses
contaminantes mentais, essa coisa de 'a mulher moderna não sabe parir'", diz no
filme Naoli Vinaver, parteira mexicana.
Um dos depoimentos nesse sentido é o do ator Márcio Garcia e de sua mulher,
Andréa Santa Rosa, que escolheram o parto domiciliar para receber o terceiro
filho.
Apesar de reconhecer a importância da cesárea em casos de complicações, o
filme não traz vozes dissonantes nem cita o famoso caso da australiana defensora
do parto domiciliar que morreu ao dar à luz em 2012.
"A gente não 'acha' nada no filme, é tudo baseado em pesquisas", diz o
diretor.
Fonte Folhaonline
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