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segunda-feira, 29 de julho de 2013

“Existe Viagra feminino?”

A maioria das disfunções sexuais femininas tem como origem
problemas emocionais, relacionais e comportamentais
Sexóloga e colunista do Delas, Fátima Protti esclarece dúvida de leitora sobre a existência de medicamento para aumentar o desejo e o prazer sexual das mulheres
 
Depois do grande sucesso do medicamento para homens com disfunção erétil, algumas mulheres com anorgasmia (ausência ou retardo do orgasmo) e baixa libido experimentaram a pílula azul, mesmo desconhecendo os possíveis riscos dos efeitos colaterais e os benefícios que ela poderia ou não oferecer.
 
A ginecologista e pesquisadora Ana Lucia Cavalcanti realizou um estudo com o Viagra, aqui no Brasil, envolvendo mulheres na menopausa com dificuldades de ter prazer sexual. Nenhuma apresentava doenças ou tomava remédios. Durante 15 dias, um grupo tomou a pílula de Viagra e o outro ingeriu um placedo (pílula falsa) uma hora antes das relações sexuais. Nenhum dos grupos – nem a própria pesquisadora - sabia quem tomava o comprimido verdadeiro.
 
Entre as mulheres que tomaram Viagra, 99,9% relataram significativo aumento da lubrificação e intensidade do orgasmo e 68% tiveram sensibilidade no clitóris. Contudo, 18,9% das mulheres que tomaram o placebo revelaram maior prazer clitoriano.
 
Em outro estudo realizado no Canadá com 200 mulheres que tomaram Viagra durante três meses, 57,4% relataram maior prazer genital. Mas, 43,9% que tomaram a pílula falsa também declararam o mesmo efeito e 27,6% tiveram maior prazer sexual.
 
As duas pesquisas mostraram que o Viagra teve um efeito fisiológico aumentando a lubrificação e a sensibilidade aos estímulos genitais. O efeito psicológico também esteve presente principalmente entre as mulheres que tomaram a pílula falsa e apresentaram melhoras no prazer sexual.
 
O fato é que a maioria das disfunções sexuais femininas tem como origem problemas emocionais, relacionais e comportamentais.
 
Bloqueios psicológicos, medos, dificuldades para explorar a própria sexualidade, estresse da vida moderna e conflitos no relacionamento são os vilões causadores de problemas no desejo, excitação e orgasmo. Sendo assim, em muitos casos, a pílula provavelmente não traria o desejo de volta e nem o prazer sexual.
 
O desejo e o prazer feminino são frutos do jogo da sedução, das fantasias, do entrosamento sexual e da afetividade.
 
Lembre-se: nenhuma medicação deve ser tomada sem prévia avaliação médica.
 
* Fátima Protti é psicóloga, terapeuta sexual e de casal. Pós-graduada pela USP e autora do livro “Vaginismo, quem cala nem sempre consente".
 
Fonte Delas

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