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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Fugir de aglomeração, lavar as mãos e tomar vacina evitam doenças no frio

Médicos dão dicas para prevenir problemas como gripe, resfriado e alergia. Para não ter ressecamento e coceira na pele, tome banhos mais curtos
 
Com o frio intenso e repentino dos últimos dias, muitas pessoas – principalmente no Sul e Sudeste – já estão preocupadas com possíveis gripes, resfriados e outros problemas respiratórios ligados à queda das temperaturas. Para evitar essas e outras doenças, o G1 ouviu especialistas no assunto e traz algumas dicas para você se prevenir.
 
Segundo o infectologista e imunologista Esper Kallás, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), não é o frio que transmite doenças, mas a aglomeração de pessoas em um mesmo lugar, principalmente se houver tosse, espirros e contato físico.
 
"Se o responsável fosse o frio, os países do norte e extremo sul do planeta teriam mais doenças, e não é o que a gente vê. O importante é evitar contato com quem está doente, lavar sempre as mãos (com água e sabão ou álcool em gel) e manter o calendário de vacinação atualizado (contra gripe e meningite, por exemplo), principalmente entre os grupos de risco", enumera. Com a imunização, se a doença vier, será mais fraca, por vírus não incluídos na dose deste ano.
 
Vá ao PS só em emergência
O médico lembra, ainda, que não se deve ir ao pronto-socorro à toa, apenas quando o indivíduo precisar de fato, se estiver passando muito mal.
 
"Caso o paciente esteja com um resfriado simples, febre baixa, não compensa (ir ao PS), pois pode acabar pegando alguma doença mais séria por lá", diz Kallás.
 
O pediatra Clóvis Francisco Constantino, vice-presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, reforça que, se a criança ou o adulto apresentar algum sintoma respiratório, é melhor procurar um médico no consultório, e só ir ao PS se for uma situação verdadeira de urgência ou emergência.
 
"Se a criança estiver alegrinha, com uma atividade boa, não é urgente", destaca. O clínico geral Arnaldo Lichtenstein, do Hospital das Clínicas de São Paulo, complementa: "Se os sintomas não melhorarem em dois ou três dias, com muita coriza, tosse e outros sinais, aí sim é bom procurar um médico", diz.
 
Problemas respiratórios, alérgicos e circulatórios
Já quem tem problemas respiratórios (como asma) ou alérgicos (como rinite e bronquite) deve fazer acompanhamento contínuo com um profissional e estar medicado, e não apenas se tratar durante o frio, quando há maior risco de choque térmico e piora das crises.
 
Por isso, de acordo com Lichtenstein, é importante se agasalhar bem e evitar sair muito rápido de um ambiente quente para o frio.
 
"Banhos muito quentes e demorados ressecam a pele e podem dar coceira intensa", afirma.

 Mas é preciso ficar atento para não se cobrir demais nem "encapotar" as crianças, para que a pessoa não sue, tire a roupa e se exponha de forma abrupta a esse contraste, diz o pediatra Constantino.
 
O clínico Lichtenstein lembra, ainda, que a pressão arterial costuma aumentar no inverno, por isso quem tem hipertensão deve manter a doença sob controle.
 
Para o clínico geral Alfredo Salim Helito, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, pessoas que apresentam problemas circulatórios, principalmente nos membros inferiores, devem ter muito cuidado com água quente, aquecedores e cobertores térmicos.
 
"Prefira meias de lã e roupas que realmente aquecem, e não métodos mecânicos, pois essas doenças causam alteração de sensibilidade e a pessoa pode queimar o pé sem perceber", ressalta.
 
O médico pede atenção especial para crianças, idosos, diabéticos, pacientes com câncer, transplantados e imunossuprimidos em geral (como indivíduos com HIV), que ficam ainda mais suscetíveis a doenças.
 
"Uma boa dica é pôr as roupas de frio e cobertores ao ar livre, para ventilar, mesmo que não tenha sol. Isso destrói os ácaros e é melhor que usar um aquecedor, que pode ressecar demais o ar e ainda aumentar o risco de acidentes, queimaduras e até incêndios", diz Salim Helito.
 
Alimentação e hidratação
É importante também se manter bem alimentado e hidratado nesta época. O clínico do Sírio-Libanês recomenda sopas, leite e chá quente para manter o corpo aquecido.
 
Mas Lichtenstein alerta para os exageros: "No frio, a gente costuma comer demais, por isso é importante ficar de olho".
 
O pediatra Constantino reforça a necessidade de ingerir bastante líquido. "Um organismo bem hidratado é mais resistente a doenças, o sistema imune funciona melhor, o sangue circula de forma mais eficiente e oxigena bem os tecidos", enumera.
 
Sobre os alimentos, ele diz que é preciso comer sem restrições, mas com moderação. E fazer isso devagar, de maneira suave, mastigar bem, para não chegar nada gelado no fundo da garganta.
 
Pele
Um dos órgãos que mais sofrem durante o inverno é o maior do corpo humano: a pele. Segundo o pediatra Constantino, quando for tomar banho, aqueça primeiro o ambiente, por cerca de 5 minutos, para melhorar o nível de conforto. Não há problema em usar aquecedor no local, segundo ele. Antes de sair e se trocar, porém, desligue o aparelho, para não sofrer nenhum choque térmico.
 
Além disso, vários problemas de pele podem piorar com o frio, segundo a médica Denise Steiner, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia. É o caso da acne, da psoríase (doença inflamatória que causa manchas avermelhadas com descamação), da rosácea (doença crônica que deixa o rosto avermelhado) e dos eczemas (inflamações que causam coceira, vermelhidão e inchaço pelo corpo).
 
Isso ocorre porque o frio aumenta o ressecamento da pele e acaba piorando a coceira. Ao se coçar, a pessoa fica com mais lesões. E os mais velhos sofrem ainda mais, por já terem a pele naturalmente mais seca.
 
A dica de Denise é não tomar mais de um banho por dia, principalmente no frio, e hidratar bem a pele do corpo inteiro.
 
"Passe o creme com a pele ainda úmida, após tirar o excesso de água com a toalha. Essa é a hora ideal, pois a pele fica mais receptiva à penetração do produto. Além disso, existem alguns hidratantes próprios para o banho, para usar debaixo do chuveiro", diz a médica.
 
Segundo a dermatologista, é importante também ficar de olho nas unhas e no couro cabeludo, que podem apresentar problemas de ressecamento nesta época do ano.
 
"A cabeça pode coçar, assim como a pele. Por isso, evite xampus antisseborreicos, que desengorduram demais e podem desidratar o couro. Outras dicas são trocar o xampu neste período, não lavar o cabelo mais de uma vez por dia e passar loção hidratante nos fios", afirma.
 
Para as unhas, vale hidratar bem toda a mão e colocar luvas, para o produto penetrar mais. O mesmo é indicado para os pés: aplique um hidratante, feche com um papel-filme, durma com ele e retire ao acordar. Se não quiser passar a noite com o creme, faça isso antes de dormir ou quando preferir.
 
Denise também recomenda, para melhorar a pele, beber bastante líquido e ingerir cápsulas de ômega 3, óleo de linhaça ou óleo de peixe, sempre sob recomendação médica.
 
"Além disso, se a pessoa estiver fazendo algum tratamento antienvelhecimento, com ácido retinoico, e apresentar irritação, vermelhidão e descamação, como se tivesse feito um peeling, o ideal é interromper o uso dos ácidos mais fortes, associar com um hidratante e ver se dá para continuar o processo", afirma.
 
Veja abaixo as diferenças de sintomas mais comuns entre resfriado e gripe:

CaracterísticasResfriadoGripe (comum e H1N1)
Febre (Foto: Arte/G1)
Não chega a 38º CCostuma ser alta, acima de 38º C
Dor de cabeça (Foto: Arte/G1)
FracaIntensidade média
Dor muscular (Foto: Arte/G1)
FracaIntensidade média
Dor de garganta (Foto: Arte/G1)
Pode haverPode haver
Tosse (Foto: Arte/G1)
FracaGeralmente forte
Espirros (Foto: Arte/G1)
SimSim
Mal-estar (Foto: Arte/G1)
SimSim
Cansaço (Foto: Arte/G1)
FracoMédio
Secreção nasal (Foto: Arte/G1)
IntensaIntensa
Muco (catarro) (Foto: Arte/G1)
IntensoIntenso
Diarreia (Foto: Arte/G1)
NãoPode haver
Dor nos olhos (Foto: Arte/G1)
Apenas quando há conjuntivite associadaApenas quando há conjuntivite associada
Manchas vermelhas (Foto: Arte/G1)
NãoNão
Calafrios (Foto: Arte/G1)
NãoSim, associados à febre
Perda de apetite (Foto: Arte/G1)
 
Comum e associado à perda do paladar e do olfatoComum e associado à perda do paladar e do olfato
Complicações (Foto: Arte/G1)
Geralmente não há, mas pode evoluir para uma sinusitePneumonia, broncopneumonia, otite, bronquite, sinusite e insuficiência respiratória
Duração (Foto: Arte/G1)
De dois a quatro dias. Em fumantes, pode chegar a uma semanaUma semana

Fontes: Infectologista Caio Rosenthal, do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas; clínico geral e infectologista Paulo Olzon, da Escola Paulista de Medicina/Unifesp, e Ministério da Saúde

Fonte G1

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