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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer têm mais risco de desenvolver estrabismo

Bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer têm mais risco de desenvolver estrabismo friday/Deposit Photos
Fumar durante a gestação também pode desencadear o problema
 
Pesquisadores da Universidade de Leicester, na Inglaterra, revelaram que certos subgrupos da população têm risco aumentado para desenvolver estrabismo — doença ocular que provoca o desalinhamento dos olhos.
 
De acordo com o médico Gail Maconachie, a identificação desses riscos é fundamental para que se trabalhe mais no diagnóstico precoce do problema, quando ainda é passível de correção. Entre os riscos mais significativos estão a prematuridade, o baixo peso ao nascer e o fato de a mãe fumar inclusive durante a gravidez — além da hereditariedade.
 
De acordo com o oftalmologista Renato Neves, o estrabismo costuma afetar 4% das crianças, podendo surgir também na fase adulta. Os olhos podem apresentar desvios para dentro, para fora, para cima ou para baixo.
 
— Existem seis pares de músculos extraoculares ao redor de cada olho. Enquanto dois músculos movem os olhos horizontalmente, os outros quatro fazem os movimentos verticais e de torção. Quando todos os músculos estão em perfeito equilíbrio de força e trabalhando em conjunto, os olhos estão alinhados e focalizados em um ponto. Já quando os músculos não trabalham em harmonia, ocorre o desvio ocular, ou estrabismo — afirma o especialista.
 
Neves explica que se os dois olhos estão fixando o mesmo ponto, as duas imagens são unidas em uma única imagem, tendo noção de profundidade. Nas pessoas estrábicas, duas imagens diferentes são enviadas ao cérebro. Se o problema não for tratado desde cedo, com o tempo o cérebro passa a receber somente a imagem do olho normal. Adultos não tratados costumam desenvolver visão dupla (diplopia), dado que o cérebro não suprime a imagem do olho desviado.
 
— Um dos primeiros sinais de estrabismo é um olho que não fixa objetos à sua frente. Há crianças inclusive que inclinam ou giram a cabeça em direção a um determinado ponto para tentar manter os olhos alinhados. A pessoa estrábica poderá não ter, também, visão de profundidade — diz Neves.
 
O oftalmologista também chama atenção para outros subgrupos de risco para o estrabismo: crianças com paralisia cerebral, Síndrome de Down e hidrocefalia.
 
— Desvios detectados ao nascimento podem desaparecer durante os seis primeiros meses de vida. É nesse período que se desenvolve a mácula, região da retina responsável pela visão central e que permite melhor fixação dos objetos. De todo modo, quanto mais cedo a criança for examinada, maiores as chances de correção do problema — afirma.
 
São três os objetivos principais do tratamento: preservar a visão, alinhar os olhos, e recuperar a visão binocular. Dependendo da causa, o tratamento do estrabismo poderá ser clínico, óptico, ou cirúrgico, envolvendo tanto a correção do desequilíbrio de forças musculares, como a remoção de catarata e o controle de outras doenças.
 
— Em crianças, em muitos casos o uso de um tampão no olho bom, forçando o olho ruim a enxergar bem, resolverá o problema. Mas, em outros, uma correção cirúrgica será necessária. Quanto mais cedo isso acontecer, melhores os resultados — completa Neves.
 
Fonte Zero Hora

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