Brasília – Além de salário de R$ 10 mil, os médicos que forem atuar no
interior do país e nas regiões metropolitanas vão receber auxílio para
deslocamento, conforme prevê o Programa Mais Médicos, lançado ontem (8) pelo
governo federal. A jornada de trabalho será 40 horas semanais na atenção básica
do Sistema Único de Saúde (SUS), sob a supervisão de instituições públicas de
ensino.
Na Região Norte, os profissionais vão receber o auxílio deslocamento
equivalente a R$ 30 mil. Os médicos que forem para a Região Nordeste receberão
R$ 20 mil, e para as regiões metropolitanas, será R$ 10 mil. Tanto o salário
quanto os auxílios serão pagos governo federal. O auxílio não é contínuo.
De acordo com o governo federal, a prioridade é contratar médicos formados no
Brasil. Caso as vagas não sejam preenchidas pelos brasileiros, o governo
contratará médicos estrangeiros ou brasileiros formados no exterior, os últimos
terão preferência dentro deste grupo. A estimativa inicial do Ministério da
Saúde é a abertura de cerca de 10 mil vagas, mas o número pode mudar, já que os
municípios ainda vão se inscrever no programa.
Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, faltam médicos no país e a
população não pode esperar pelo maior quantidade de profissionais que irão
ingressar no mercado com a ampliação dos cursos e residências. Padilha argumenta
que há uma má distribuição dos médicos no país. Segundo ele, 700 municípios não
têm profissionais; em cinco estados, há menos de um médico por mil habitantes; e
em 22 estados, a média de médicos é inferior à taxa nacional, 1,8 profissionais
por grupo de mil habitantes.
No lançamento do programa, a presidenta Dilma Rousseff disse que o objetivo
do Mais Médicos não é trazer profissionais estrangeiros, e sim levar médicos às
cidades com carência.
Quanto aos médicos estrangeiros, serão contratados os egressos de faculdades
com tempo de formação equivalente ao das brasileiras, que tenham conhecimento da
língua portuguesa e diploma registrado no país de origem. Esses profissionais
vão passar por três semanas de avaliação e capacitação, com supervisão de
instituições públicas de ensino.
O governo vai lançar três editais: um para atração de médicos, um para adesão
dos municípios que desejam receber os profissionais e outro para instituições
supervisoras. A quantidade de vagas será estabelecida após a adesão das cidades.
Todas as prefeituras podem se inscrever, porém a prioridade é para 1.582 áreas
prioritárias com alta vulnerabilidade social, carência de profissionais,
população indígena e baixa renda.
Fonte Agência Brasil
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