Uma equipe de cientistas chineses da prestigiada Universidade de Jiaotong,
situada em Xangai, assegura ter descoberto que a restrição de calorias ingeridas
pode ajudar a prolongar o tempo de vida em muitos animais e, inclusive, em
humanos, informou nesta quarta-feira o jornal oficial "Shanghai Daily".
Com base em testes realizados em ratos, os cientistas constataram que comer
menos favorece a expansão de uma flora bacteriana saudável no aparelho
digestivo, o que reduz o número do tipo de bactérias cuja atividade acaba sendo
prejudicial ao organismo.
O estudo da Universidade de Jiaotong permite confirma os efeitos positivos
das dietas em humanos, indicou Zhao Liping, pesquisadora-chefe da Escola de
Biotecnologia e Ciências da Vida da universidade chinesa.
De acordo com Zhao, após o experimento, cujos resultados foram publicados no
portal da revista "Nature", sua equipe conseguiu demonstrar que estes níveis de
bactérias são fundamentais para determinar a saúde e o tempo de vida dos
humanos.
"A restrição de calorias demonstra que, com um único regime experimental,
pode estender de maneira eficaz o tempo de vida em vários modelos animais, mas o
mecanismo que o torna possível ainda continua sendo controverso", explicou a
revista científica internacional em seu artigo sobre a pesquisa.
"É conhecido que os microrganismos intestinais têm um papel crucial na saúde
de seus hóspedes, sobretudo através de dietas", continua.
"Aqui mostramos como uma restrição de calorias ao longo de toda a vida, em
dietas tanto de altas como de baixas calorias, e não o exercício voluntário,
muda significativamente a estrutura geral da colônia de microrganismos
intestinais do rato C57BL/6 J", detalhou o grupo liderado por Zhao.
"O resultado deste tipo de dietas sugere que os animais sob uma restrição
calórica podem estabelecer uma arquitetura de micróbios intestinais
estruturalmente equilibrada, a qual pode gerar um benefício de saúde para o
hóspede pela redução da carga de antígenos do sistema digestivo", completam os
cientistas.
Desta forma, os pesquisadores chineses descobriram alguns tipos de bactéria,
como os lactobacilos, contribuem para prolongar o tempo de vida e se beneficiam
da restrição de calorias.
Ao mesmo tempo, eles viram que a dieta reduz o número de bactérias que
contribuem para reduzir o tempo de vida e comprovaram que os níveis de um tipo
de toxina, a proteína do lipopolisacárido (LPS), um indicador associado
habitualmente com as inflamações, também foram reduzidos no soro sanguíneo.
Fonte Folhaonline
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