Foto Divulgação Os medicamentos são normalmente utilizados para o tratamento de quem já é portador do vírus da Aids |
Rio - Pesquisa inédita no Brasil vai verificar a eficácia do uso de antirretrovirais na proteção contra a Aids. O estudo vai envolver 400 homens homossexuais sem a doença que farão uso contínuo do medicamento, mantendo a sua rotina de relações sexuais.
O levantamento, em agosto e setembro, vai ser feito pelo Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec), da Fiocruz; pelo Centro de Referência e Treinamento DST/Aids da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo; e pela Universidade de São Paulo. Os homens homossexuais serão o público-alvo por integrarem grupo em que cresce a incidência da Aids. A Fiocruz divulgou telefone para voluntários que queiram se inscrever: (21) 3865-9623.
O estudo vai recorrer à técnica da profilaxia pré-exposição, forma de prevenção da infecção pelo HIV a partir do uso dos medicamentos normalmente utilizados no tratamento da Aids. Uma pesquisa norte-americana semelhante verificou redução de transmissão do HIV que variou entre 45% e 92%, dependendo da quantidade de remédios consumida.
A ingestão de antirretrovirais por pessoas não infectadas pode ser incluído no SUS. Em entrevista à Agência Estado, o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, disse que pretende debater a inclusão da profilaxia pré-exposição na rede pública. “A terapia ainda não está preconizada, mas não há dúvidas de sua eficácia”, disse.
Segundo ele, o mecanismo será utilizado pelo governo como instrumento adicional. “Quero analisar o potencial de sermos mais incisivos na aplicação da ciência para nos tornarmos um dos primeros países do mundo livres do HIV.”
Distribuição de medicamento será ampliada
Além da profilaxia pré-exposição, o Ministério da Saúde estuda a oferta de antirretrovirais para portadores de HIV independentemente da carga viral. Hoje, a entrega gratuita do remédio pelo SUS é condicionada à taxa de células CD4 (responsáveis pela defesa) no organismo do paciente. A ideia do ministério é distribuir a medicação às populações de maior vulnerabilidade, como homens que se relacionam com homens, profissionais do sexo e usuários de drogas.
Fonte iG Rio
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