Rio de Janeiro – Estado com o maior índice de tuberculose do país, o Rio de
Janeiro lançou ontem (20) um plano de ação contra a doença. A estratégia, que
também pretende combater a aids, prevê um pacto com os 92 municípios para
reduzir os casos e melhorar o tratamento dessas doenças, segundo o
superintendente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde,
Alexandre Chieppe.
Entre as medidas previstas pelo plano está o apoio à elaboração de
estratégias municipais para combater essas doenças, a fixação de prazos mínimos
para resultados de exames e as primeiras consultas médicas e a ampliação de
leitos nos hospitais.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, para a aids, por exemplo, o plano
prevê o prazo máximo de 15 dias para o resultado do exame de detecção e uma
semana após o resultado para a primeira consulta. No caso da tuberculose, está
prevista a reforma de dois centros estaduais de referência, o Hospital Estadual
Santa Maria e o Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras. Há ainda a
previsão de triplicar os leitos para pacientes com tuberculose
multirresistente.
“A ideia de pactuar isso com as prefeituras é dar visibilidade a doenças que
estavam esquecidas. Não é incomum hoje as pessoas perguntarem se a tuberculose
ainda existe. Na verdade, o que a gente quer mostrar primeiro é que essas
doenças têm um impacto muito grande na saúde pública do estado”, disse
Chieppe.
De acordo com a secretaria, a taxa de incidência da tuberculose é 68,7 casos
por 100 mil habitantes, taxa 13 vezes maior do que a considerada aceitável pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), que é 5 por 100 mil. As taxas são ainda
maiores em cidades como o Rio de Janeiro (91,2 por 100 mil) e São João de Meriti
(93 por 100 mil), cidade da Baixada Fluminense que é uma das mais povoados do
país.
Todos os anos, cerca de 800 pessoas morrem da doença no estado. O bacilo de
Koch, bactéria que provoca a tuberculose, é transmitida pelo ar. A Secretaria de
Saúde acredita que um dos principais motivos da grande incidência da doença é o
adensamento populacional, com casas pouco arejadas e ventiladas que ajudam a
disseminar a bactéria.
Os principais sintomas são tosse persistente por mais de três semanas,
cansaço, emagrecimento, perda de apetite e suor noturno. O tratamento dura pelo
menos seis meses. Segundo a Secretaria de Saúde, pacientes com aids são mais
suscetíveis à doença devido à queda da imunidade.
Agência Brasil
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