A apneia do sono é uma síndrome que desorganiza os movimentos respiratórios |
Todas as noites ele está lá. O barulho é insuportável, capaz de interromper o
sono pesado de quem está ao lado. O ronco não é percebido por quem o produz, mas
é um grande incômodo para quem escuta.
Apesar de representar, na maioria dos casos, um sintoma de apneia do sono, o
barulho também pode ser um problema dentário.
A apneia do sono é uma síndrome que desorganiza os movimentos respiratórios.
A obesidade é o fator mais comum para o problema, mas o crescimento das tonsilas
(como se chamam agora as amígdalas), a obstrução nasal, malformações da
mandíbula ou da faringe, tumores, ou falta de coordenação dos músculos
respiratórios também estão entre as causas.
Segundo João Pereira dos Santos, cirurgião dentista da Associação Paulista de
Cirurgião Dentistas (APCD), o ronco, quando não está associado à apneia, e não é
ocasional – gerado por cansaço, consumo de bebida alcoólica ou obstrução nasal,
provocada por gripes e resfriados – é consequência de problemas dentários e
desarmonias faciais.
Foto: Divulgação
Aparelho deve ser usado todas as noites para acabar com o
barulho incômodo |
Contornar o problema é possível, mas requer o uso de um aparelho dentário
móvel durante o sono. O aparato elimina o sintoma, mas não corrige as
desarmonias da face.
“Não é um tratamento provisório, mas um aparelho que elimina o barulho,
corrige o sintoma e deve ser usado todas as noites. Sem ele, o paciente volta a
roncar.”
Outra forma mais agressiva e permanente, explica o especialista, é o
procedimento cirúrgico. Para isso, é necessário identificar o local da obstrução
da via área – nariz ou garganta – e corrigi-la.
O uso de aparelhos ortodônticos é uma alternativa de prevenção eficaz,
principalmente em crianças. "Nelas, o resultado é ainda mais eficiente, a
melhora é de 70%.”
Na menopausa, elas roncam mais
João Pereira dos Santos revela que o ronco é mais prevalente nos homens. Os
índices só ficam equilibrados quando a mulher atinge a menopausa. O especialista
explica que nesse período, no organismo feminino, ocorre uma substituição de
tecido muscular por gorduroso. Esse processo também acontece na garganta,
obstruindo a passagem do ar.
“É uma mudança hormonal, fisiológica. Aumenta o diâmetro do pescoço, a
gordura acumulada fecha o espaço da garganta e é preciso respirar com mais
força, fazendo vibrar e roncar mais.”
iG
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