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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Entenda a relação entre a obesidade e o câncer

Entenda a relação entre a obesidade e o câncer Divulgação/Divulgação
Foto: Divulgação / Divulgação
A obesidade envolve uma parcela significativa dos fatores de
risco que levam as pessoas a desenvolverem alguma neoplasia
Explicação está no acúmulo de gordura no tecido adiposo, que pode desenfrear a multiplicação de células malignas
 
No Brasil, o índice de pessoas obesas é alarmante. Em 2011, o Ministério da Saúde divulgou um levantamento que mostra que 48,5% dos brasileiros estão acima do peso. Entre os obesos, o índice é de 15,8%. O perigo para saúde vai além das 26 doenças com as quais a obesidade pode estar relacionada, ainda conforme dados de outra pesquisa do Governo Federal. O câncer de mama esteve ao lado desse problema em cerca de 75 mil procedimentos ambulatoriais no SUS, em 2011. Casos de câncer de estômago também foram associados à obesidade e 1,9 mil pessoas foram internadas por estarem acima do peso e por câncer de esôfago.
 
A obesidade envolve uma parcela significativa dos fatores de risco que levam as pessoas a desenvolverem alguma neoplasia, acompanhada do tabagismo, de problemas genéticos e fatores ambientais. Estudos indicam que, além dos já citados, tipos como de próstata e intestino também são lembrados na literatura médica. A explicação está no acúmulo de gordura no tecido adiposo, que pode desenfrear a multiplicação de células malignas.
 
— Elas deixaram de ser apenas um reservatório de energia em forma de gordura. São células ativas na produção e secreção de diferentes substâncias, que atuam direta e indiretamente em vários órgãos do nosso corpo — explica o coordenador do Centro de Prevenção da CliniOnco Rafael Castilho.
 
Segundo o médico, o câncer de próstata, nos homens, e o câncer de mama, nas mulheres — principalmente no período da menopausa — já pressupõem uma relação com a obesidade.
 
— O tecido adiposo da mama pode produzir essas substâncias, mas são alterações que acontecem de uma maneira muito mais global do que na gordura localizada em um ou outro órgão, da mesma forma que na próstata. Outro fator hormonal é que, na menopausa, em mulheres obesas, o tecido adiposo continua a produzir esteróides, quando os níveis desses hormônios deveriam cair drasticamente. O excesso de estrôgeno aumenta o risco de câncer — afirma.
 
Alimentação desregrada contribui
A carne é um dos alimentos mais consumidos no Rio Grande do Sul e, da mesma forma, também exige mais atenção por aqui do que em outros lugares do país. Estudos evidenciam que o grupo das pessoas que não consomem carne vermelha, comparado a quem ingere em pouca quantidade ou que apenas consome carne branca, apresenta menor incidência de câncer. A nutróloga Jaqueline Costa Coelho explica que esses dados ainda sugerem que, quem consome mais carne vermelha, tem uma maior tendência em ingerir mais calorias como um todo, evitando frutas ou verduras.
 
— No entanto, é importante lembrar que a carne é rica em proteínas, ferro, zinco e vitaminas do complexo B e vitamina A, portanto seu consumo é recomendado como fonte de nutrientes — ressalta a médica.
 
A relação entre o consumo de carne e o câncer ainda é estudada pelos médicos, isso porque a ingestão em excesso, principalmente de carnes processadas, pode estar relacionada a substâncias nocivas como o nitrito, que provocam alterações celulares.
 
— O consumo desse alimento favorece o surgimento de doenças ocasionadas pela chamada H Pylori, bactéria que habita o organismo e tem relação estabelecida com muitos casos de câncer de estômago. Mas, ainda necessitaremos de mais estudos para comprovar definitivamente essa associação — pontua Castilho.
 
Prevenção e cuidados exigem disciplina
A prevenção de alguns cânceres passa pela prevenção do ganho de peso e de hábitos saudáveis, como fazer exercícios físicos regulares. A vontade de comer certos alimentos deve ser bem analisada e interpretada pelo profissional juntamente com o paciente, pois pode mascarar alguma outra patologia, como ansiedade ou compulsão alimentar.
 
— As pessoas que possuem sobrepeso ou obesidade não adquiriram esse acúmulo de gordura em alguns dias ou semanas, mas sim ao longo da vida. A perda de gordura corporal ocorre através de uma alimentação balanceada, de baixa caloria e com a prática de atividade física. Isso pode levar meses ou anos, dependendo de cada caso — explica a nutróloga da Jaqueline.
 
Zero Hora

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