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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Descubra o prazer de trabalhar depois do 60

Descubra o prazer de trabalhar depois do 60 Lauro Alves/Agencia RBS
Foto: Lauro Alves / Agencia RBS
Aos 63 anos, Laudir ainda mostra disposição juvenil para trabalhar
"até o último segundo"
Manter-se ativo é fundamental para a qualidade de vida e a saúde de quem quer chegar na velhice
 
Enquanto algumas pessoas contam os dias para ter o direito de se aposentar e parar de trabalhar, o taxista José Laudir, 63 anos, nem pensa no assunto. Mesmo já aposentado há cerca de quatro anos, ele sai de casa todos os dias às 6h para percorrer as movimentadas ruas de Porto Alegre com seu táxi e celebrar o prazer no que faz.
 
— Tem coisa melhor que trabalhar? Quero continuar enquanto meu corpo permitir e minha cabeça aguentar. Não pretendo parar — conta, com um imenso sorriso no rosto.
 
A felicidade do seu Laudir em estar ativo mesmo quando poderia calçar os chinelos e passar o dia de pernas para o alto é defendida com afinco pelo geriatra e diretor do Instituto de Geriatria da PUCRS, Newton Terra. Para ele, a atividade laborativa depois dos 60 anos, mesmo que não remunerada, é fundamental para que as pessoas tenham melhor qualidade de vida quando chegarem na velhice.
 
— A gente fala tanto em saúde, colesterol, pressão alta, estilo de vida e tudo mais, mas ninguém fala do trabalho. A pior morte para uma pessoa é a perda do centro da sua vida, daquilo que ele é, daquilo que ele realizou, que é a perda do trabalho — enfatiza o especialista.

Enquanto o corpo e a cabeça permitirem
O taxista Laudir concorda. Pai de uma filha de apenas sete meses, fruto do seu segundo casamento, e avó de uma criança de um ano, ele acredita que a vida é uma eterna renovação e que o trabalho é fundamental para se manter bem e disposto.
 
— A genética me ajuda. Se você olhar para a minha cabeça vai ver que não tem nenhum fio de cabelo branco! Mas, claro, a gente tem que se disciplinar diariamente para sair do trabalho — afirma.
 
A disciplina e a responsabilidade provenientes do trabalho são fatores que colaboram para a saúde e a qualidade de vida na terceira idade. Newton Terra destaca não estar ativo leva ao surgimento e ao agravamento de diversas doenças, principalmente quando a pessoa se aposenta e não se prepara para esse momento.
 
— Essa fase da vida pode se tornar um inferno. As pessoas ficam com o sentimento de inutilidade, de solidão, de não serem mais produtivas, e as implicações físicas e psicológicas podem ser dramáticas. Todos deveriam exercer atividades até o último segundo de suas vidas, aproveitando esse momento para fazer o que quiser e gostar — recomenda.
 
A relação com o trabalho após os 60 anos, pode, portanto, ser extremamente prazerosa. Quando a pessoa se prepara para essa fase, seja para uma aposentadoria tranquila ou para seguir atuando na sua profissão dentro de suas possibilidades, o ganho em qualidade de vida é certo.
 
Zero Hora

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