Sistema aumenta geração de células e vasos sanguíneos na área danificada e limita grau de danos no tecido circundante
Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA, desenvolveram um adesivo composto de colágeno que pode ser enxertado no tecido cardíaco danificado para estimular a recuperação.
Os resultados da pesquisa, realizada com ratos, demonstraram que o sistema não só acelera a geração de novas células e vasos sanguíneos na área danificada do coração, mas também limita o grau de dano no tecido resultante de traumas, como ataques cardíacos.
A chave, segundo a pesquisadora Pilar Ruiz- Lozano, é que o adesivo não procura substituir as células do músculo cardíaco mortas. Em vez disso, ele substitui o epicárdio, a camada exterior de tecido do coração, que não é o tecido do músculo, mas que protege e apoia o músculo do coração, ou do miocárdio. "Este tecido sintético tem as propriedades mecânicas do epicárdio de embriões", destaca Ruiz- Lozano.
O estudo foi publicado na revista Biomaterials.
O epicárdio embrionário é significativamente mais flexível do que o epicárdio de adultos, mas é mais rígido e estruturado do que os materiais existentes, tornando-o mais favorável para o crescimento de novos tecidos.
O epicárdio - ou a sua substituição artificial - tem de permitir a migração e proliferação das células necessárias para reconstruir tecidos danificados, bem como ser suficientemente permeável para permitir que os nutrientes e resíduos celulares passem através da rede de vasos sanguíneos.
A estrutura de malha, como de fibras colágenas no adesivo, tem esses atributos, servindo para apoiar e orientar o crescimento novo.
Em comparação com camundongos do grupo controle que não receberam nenhum tratamento, ratos que receberam o adesivo logo após sofrerem um ataque cardíaco induzido cirurgicamente apresentaram melhora significativa na função cardíaca global duas semanas depois.
Os corações com adesivo mostraram maior migração de células para o local da lesão, quatro semanas após o implante. As novas células estavam presentes tanto no adesivo quanto no tecido cardíaco danificado.
Ruiz- Lozano e seus colegas já estão trabalhando em estudos para explorar o uso do adesivo como um sistema de entrega, juntamente com a realização de estudos de como o implante irá funcionar em animais maiores.
Isaude.net
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