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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Melanoma é mais comum em pessoas ruivas

Melanoma é mais comum em pessoas ruivas Stock.Xchng/Divulgação
O ideal é minimizar o tempo de exposição ao sol em ambientes
 externos durante os horários de maior radiação
Estudo indica que a genética pode estar associada ao câncer de pele mais agressivo, tanto quanto a exposição frequente aos raios solares
 
O câncer de pele em pessoas claras pode estar além da exposição ao sol. Um estudo divulgado pelo periódico Molecular Cell, sugere que a genética influencia na incidência do melanoma, principalmente em pessoas ruivas. Pesquisadores da Harvard Medical School descobriram que o gene melanocortina 1, o MC1R, responsável por ativar e regular a produção de melanina no ser humano, está associado a um mecanismo celular presente apenas em pessoas ruivas, que as deixa mais susceptíveis a desenvolverem câncer de pele.
 
Segundo o estudo, o gene MC1R sofre mutação por conta da alta variação de melanina vermelha em pessoas ruivas, a feomelanina. Essa mutação mostrou que pode estar associada à destruição de genes que atuam evitando o crescimento de células tumorais.
 
— Essa mutação gera um MC1R alterado, fazendo com que seja produzido mais feomelanina e, por consequência, menos eumelanina, a pigmentação que deixa a pele mais escura. Isso é comum em pessoas ruivas, mas o estudo mostrou que, além da coloração vermelha, a ligação dele com genes como o PTEN, por exemplo, que impossibilita o crescimento de células tumorais, diminui. Isso faz com que a proteção em certos tipos de câncer, como o melanoma, seja prejudicada — explica o médico geneticista Osvaldo Artigalás.
 
Além disso, essa mutação também pode atingir enzimas que controlam a sobrevivência de células, causando uma proliferação celular aumentada, e afetando genes que enviam sinais ao interior das células, para que elas cresçam de forma saudável.
 
— Inicialmente, imaginava-se que o risco maior de melanoma em ruivos era devido apenas a uma sensibilidade às radiações UV por terem a pele mais clara. Entretanto, nessa pesquisa realizada em camundongos, foi mostrado que a mutação em MC1R é um fator de risco independente da exposição UV, pois os animais ‘ruivos’ tiveram índices de melanoma superiores até mesmo do que em os animais albinos — aponta o geneticista.
 
Sol em xeque
Apesar de a pesquisa sugerir a genética como uma das causas para o câncer de pele, a exposição ao sol continua sendo o maior fator de risco para o desenvolvimento do melanoma, especialmente em pessoas ruivas.
 
— Pessoas de pele clara e cabelos ruivos produzem menor quantidade de eumelanina na pele e se tornam, por isso, muito mais sensíveis à radiação UV do sol do que pessoas de pele escura. Logo, são mais suscetíveis ao câncer de pele. Nessas pessoas, os raios UV penetram mais facilmente na epiderme e induzem mutações nas células da pele — explica a médica dermatologista Thaís Grazziotin.
 
Segundo a especialista, pessoas com sinais de pele atípicos e maiores de 5 milímetros, com vários tons de cor e bordas irregulares e que aumentam de tamanho (novos ou de nascença), devem ficar atentas.
 
É o caso da analista de planejamento, Natália Franciele de Oliveira, 24. Na família, a tataravó e a bisavó deixaram a herança dos cabelos vermelhos e, também, da pele clara e dos nevos, popularmente conhecidos como “pintas”. Sabendo dessa tendência, ela não pensou duas vezes antes de começar a frequentar o dermatologista, principalmente durante o verão.
 
— Na época das tataravós, a camada de ozônio mal estava afetada. Os ruivos de hoje, com certeza, vão ser as maiores vítimas do câncer por conta disso. Nós deveríamos ir ao especialista com mais frequência, já que temos uma propensão a desenvolver manchinhas — opina Natália.
 
Reduza o risco
 
Sabendo que o câncer de pele é altamente curável quando detectado precocemente, a forma mais efetiva de se reduzir o risco é seguir algumas regras de proteção à exposição solar, como:
 
— Minimizar o tempo de exposição ao sol em ambientes externos durante os horários de maior radiação UV (das 10:00 às 16:00);
 
— Evitar queimaduras solares e nunca frequentar câmaras de bronzeamento artificial;
 
— Usar filtros solares com fator de proteção solar (FPS) idealmente igual ou acima de 30, reaplicando sempre que necessário e se houver transpiração excessiva ou exposição à água,
 
— Usar chapéus de aba larga, roupas protetivas e óculos de sol;
 
— Preferir reposição de vitamina D através da dieta ou suplemento oral ao invés de exposição solar;
 
O que as pessoas ruivas devem fazer
 
— Auto-exame mensal em frente ao espelho à procura de lesões que não cicatrizam, de surgimento recente ou com modificações nas pintas;
 
— Revisão anual da pele por um profissional;
 
— Avaliação médica imediatamente, ao serem observadas lesões suspeitas.
 
Zero Hora

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