Brasília – O ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, disse ontem (3) que a falta ao primeiro dia de trabalho dos
brasileiros selecionados para o Programa Mais Médicos reforça a necessidade de
trazer profissionais de outros países.
No Distrito Federal, por exemplo, dos 15
médicos brasileiros escolhidos, apenas nove se apresentaram na segunda-feira (2), para
iniciar suas atividades. Em Porto Alegre, oito dos 13 profissionais brasileiros
selecionados foram trabalhar.
Segundo o ministro, isso revela o
drama que municípios e estados têm cotidianamente quando fazem processos de
seleção de médicos. "E só reforça o diagnóstico de que o Brasil tem um número
insuficiente de profissionais médicos diante de um mercado muito aquecido. Isso
é mais grave ainda para as unidades básicas [de saúde]”, disse Padilha.
“O que aconteceu na chegada dos
médicos brasileiros, ontem, só reforça a importância de termos estratégias as
mais variadas para trazer mais médicos de outros países", afirmou o
ministro.
Perguntado se a desistência de
médicos indica a possibilidade de sabotagem ao programa federal, Padilha
respondeu que tal atitude seria uma perversidade. “Se for, é uma perversidade
quase inimaginável. Todos os filtros foram feitos para que participasse [do Mais
Médicos] apenas quem realmente tivesse interesse”.
O ministro informou que os médicos
brasileiros têm até o dia 12 deste mês para se apresentar e começar o
atendimento. Os que não iniciarem o trabalho até lá serão excluídos do programa.
As secretarias municipais que comunicarem desistência de médicos selecionados
até hoje (4) poderão ofertar a vaga ainda neste mês, o segundo para seleção de
profissionais para o Mais Médicos. Segundo ele, ao longo do dia de hoje, a
Ouvidoria Ativa do Ministério da Saúde entrará em contato com as secretarias
municipais e os médicos para confirmar as desistências.
“Se todos os profissionais
selecionados pelo Mais Médicos comparecerem até o dia 12 de setembro, 4 milhões
de brasileiros que não tinham médicos passarão a ser atendidos”, enfatizou
Padilha, que falou também sobre o caso de um médico suspeito de ter mutilado e
causado lesões corporais em pelo menos 15 mulheres em Manaus, que foi
selecionado para atuar em Águas Lindas de Goiás. O fato foi noticiado pelo
jornal Correio Braziliense. Segundo Padilha, a prefeitura do município
foi notificada e o início das atividades do médico foi suspenso para que a
situação seja esclarecida.
“Ele entrou no Mais Médicos porque o
[registro no] CRM [Conselho Regional de Medicina] dele está ativo, apesar dessa
suspeita .Já no dia de hoje, buscamos notificar o CRM para saber o procedimento
que está sendo feito e ver como lidar com o caso desse profissional”, esclareceu
o ministro.
Padilha ainda disse que não será
aceita qualquer tentativa de profissionais ou secretarias de Saúde de mudança na
carga horária de trabalho de 40 horas semanais dos médicos participantes do
programa. Em Alagoas, médicos foram excluídos do programa por proporem uma
jornada menor que a fixada pelo Mais Médicos.
Agência Brasil
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