90% dos casos de halitose estão ligados a alterações na boca |
A pesquisa, desenvolvida pelo doutorando Jeronimo Neto, está descrita na dissertação de mestrado Avaliação clínica em estudo cruzado e randomizado de diferentes métodos para a redução da halitose matinal, apresentada à Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da USP, sob orientação do professor Vinícius Pedrazzi.
O objetivo foi descobrir qual método disponível no mercado brasileiro é mais eficaz contra o mau hálito da manhã. Porém, segundo Jeronimo Neto, esses resultados não podem ser estendidos para quem sofre de mau hálito persistente.
O pesquisador explica que o estudo testou o uso de um higienizador lingual, um higienizador integrado à escova dental, dois enxaguatórios bucais (antissépticos) à base de clorexidina ou cloreto de cetilpiridínio e uma escova com pasta de dente. Esses diferentes métodos de higienização foram analisados.
— O diferencial da pesquisa foi justamente analisar os métodos de remoção mecânica do biofilme lingual em comparação com os métodos químicos de higienização contra a halitose, pois não havia estudos com essa análise conjunta — explica Jeronimo Neto.
Foram selecionados 20 voluntários de ambos os sexos, com idade entre 18 e 50 anos, que foram orientados a permanecer por 24 horas sem qualquer tipo de higiene bucal, para o registro dos índices de halitose. O hálito foi mensurado antes da higienização, imediatamente após e nas três horas seguintes.
— Essa medição foi feita com um aparelho para aferir os sulfetos, gases de enxofre responsáveis pelo odor desagradável na boca.
O tempo foi estipulado em até três horas após a higienização, porque geralmente após esse período, as pessoas se alimentam e isso interfere nas condições do hálito.
O resultado dos testes mostrou que, imediatamente após o uso dos produtos, apenas os higienizadores linguais foram capazes de reduzir o hálito, com duração de até duas horas.
Os antissépticos bucais reduziram o hálito somente ao final da segunda e terceira horas, enquanto que a higienização bucal com escova e pasta de dentes foi eficaz na redução do mau hálito já na primeira hora, perdurando por até três horas.
De acordo com o pesquisador, o método que deixou o hálito melhor e por mais tempo foi a combinação da higienização bucal com escova e pasta de dente e também o uso do enxaguante bucal à base de clorexidina.
— Concluímos que a limpeza mecânica da língua é capaz de reduzir imediatamente o hálito, porém com relativa curta duração de seu efeito, enquanto que os antissépticos com clorexidina e a higienização da boca conseguem reduzir o hálito por períodos maiores — afirma o pesquisador.
Porém, a literatura mostra que o mau hálito crônico pode ainda estar associado a doenças de órgãos como os pulmões, os rins ou o fígado, e isso requer investigação pra detectar o composto responsável pelo cheiro característico.
Acúmulo de sujeira
Jeronimo Neto explica que, ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o mau hálito nem sempre está relacionado a problemas no estômago. Segundo ele, mais de 90% dos casos de halitose estão ligados a alterações na boca e, desse percentual, 60% ao acúmulo de sujeira na língua.
Por isso, deve-se fazer a limpeza lingual e também o uso do antisséptico para atingir as partes mais profundas da língua.
Ele lembra que o portador da halitose tem dificuldade de perceber o problema, por causa da "fadiga olfativa", ou seja, a própria pessoa não consegue sentir o odor da própria boca (algo muito parecido com o hálito do fumante, que não consegue perceber o seu hálito).
Dessa forma, o pesquisador recomenda que o dentista é o profissional mais indicado para a detecção do mau hálito.
O objetivo foi descobrir qual método disponível no mercado brasileiro é mais eficaz contra o mau hálito da manhã. Porém, segundo Jeronimo Neto, esses resultados não podem ser estendidos para quem sofre de mau hálito persistente.
O pesquisador explica que o estudo testou o uso de um higienizador lingual, um higienizador integrado à escova dental, dois enxaguatórios bucais (antissépticos) à base de clorexidina ou cloreto de cetilpiridínio e uma escova com pasta de dente. Esses diferentes métodos de higienização foram analisados.
— O diferencial da pesquisa foi justamente analisar os métodos de remoção mecânica do biofilme lingual em comparação com os métodos químicos de higienização contra a halitose, pois não havia estudos com essa análise conjunta — explica Jeronimo Neto.
Foram selecionados 20 voluntários de ambos os sexos, com idade entre 18 e 50 anos, que foram orientados a permanecer por 24 horas sem qualquer tipo de higiene bucal, para o registro dos índices de halitose. O hálito foi mensurado antes da higienização, imediatamente após e nas três horas seguintes.
— Essa medição foi feita com um aparelho para aferir os sulfetos, gases de enxofre responsáveis pelo odor desagradável na boca.
O tempo foi estipulado em até três horas após a higienização, porque geralmente após esse período, as pessoas se alimentam e isso interfere nas condições do hálito.
O resultado dos testes mostrou que, imediatamente após o uso dos produtos, apenas os higienizadores linguais foram capazes de reduzir o hálito, com duração de até duas horas.
Os antissépticos bucais reduziram o hálito somente ao final da segunda e terceira horas, enquanto que a higienização bucal com escova e pasta de dentes foi eficaz na redução do mau hálito já na primeira hora, perdurando por até três horas.
De acordo com o pesquisador, o método que deixou o hálito melhor e por mais tempo foi a combinação da higienização bucal com escova e pasta de dente e também o uso do enxaguante bucal à base de clorexidina.
— Concluímos que a limpeza mecânica da língua é capaz de reduzir imediatamente o hálito, porém com relativa curta duração de seu efeito, enquanto que os antissépticos com clorexidina e a higienização da boca conseguem reduzir o hálito por períodos maiores — afirma o pesquisador.
Porém, a literatura mostra que o mau hálito crônico pode ainda estar associado a doenças de órgãos como os pulmões, os rins ou o fígado, e isso requer investigação pra detectar o composto responsável pelo cheiro característico.
Acúmulo de sujeira
Jeronimo Neto explica que, ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o mau hálito nem sempre está relacionado a problemas no estômago. Segundo ele, mais de 90% dos casos de halitose estão ligados a alterações na boca e, desse percentual, 60% ao acúmulo de sujeira na língua.
Por isso, deve-se fazer a limpeza lingual e também o uso do antisséptico para atingir as partes mais profundas da língua.
Ele lembra que o portador da halitose tem dificuldade de perceber o problema, por causa da "fadiga olfativa", ou seja, a própria pessoa não consegue sentir o odor da própria boca (algo muito parecido com o hálito do fumante, que não consegue perceber o seu hálito).
Dessa forma, o pesquisador recomenda que o dentista é o profissional mais indicado para a detecção do mau hálito.
Zero Hora
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