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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Pesquisa mostra como aspirina age em pacientes com câncer de cólon

Estudo relaciona o uso diário da aspirina a melhor sobrevida em
 pacientes com câncer de cólon
Os estudos levaram ao antígeno HLA classe I, identificado como biomarcador para o sucesso no uso da aspirina
 
Pesquisadores acreditam ter descoberto como a aspirina aumenta a sobrevida em pacientes diagnosticados com câncer de cólon.

Embora a pesquisas anteriores se tenham comprovado que tomar baixas doses de aspirina após o diagnosticado com câncer de cólon melhora o prognóstico do paciente, as razões pelas quais isso acontece ainda são desconhecidas. A nova pesquisa mostrou que a aspirina melhora o resultado nos pacientes cujo tumor de células expressam uma proteína específica, em sua superfície: o antígeno leucocitário humano classe I (HLA classe I), uma proteína da superfície celular produzida por um conjunto de genes envolvidos no funcionamento do sistema imunitário.

Os resultados também sugerem que o resultado da ação da aspirina na melhoria da sobrevida de pacientes com este tipo de câncer pode ser explicada pela interação do sistema imunológico do corpo com o efeito da aspirina sobre as plaquetas (fragmentos de células no sangue que estão envolvidos na coagulação do sangue).

Marlies Reimers, da Leiden University Medical Center (Holanda), afirma que "as plaquetas estão envolvidas no processo que leva o câncer a se espalhar para outras partes do corpo. Assim, a aspirina pode contribuir para desmascarar as células tumorais ao atacar a formação de plaquetas, de modo que as células do sistema imunológico tenham condições de realizar seu papel, detectando e eliminando as células cancerígenas.

Os pesquisadores usaram a tecnologia "tissue microarray" para investigar o padrão de expressão da proteína em pacientes com câncer de cólon, cujo o uso da aspirina após o diagnóstico de câncer foi conhecido a partir do Registro de Câncer Eindhoven, realizado entre 1998 e 2007. Eles estudaram 999 casos de câncer de cólon, analisando a expressão HLA de classe I e expressão da enzima COX-2. Também foi analisado o DNA extraído a partir de 663 tumores para procurar mutações no gene PIK3CA. As mutações da COX-2 e do PIK3CA são conhecidas por estarem envolvidas no aparecimento de câncer.

Eles descobriram que o uso de uma dose baixa (80 mg por dia) de aspirina após o diagnóstico do câncer melhorou a sobrevida em pacientes com tumores que expressam HLA classe I. Os pacientes nestas condições que usaram a aspirina tiveram o índice de morte diminuído em até 50% num período médio de quatro anos de acompanhamento em relação a pacientes com tumores expressando HLA de classe I que não usaram aspirina. Esse efeito da aspirina não foi visto em pacientes sem expressão HLA classe I. Portanto, a HLA classe I pode servir como um biomarcador preditivo para ajudar a identificar os pacientes que poderiam se beneficiar de terapia com aspirina após o diagnóstico, afirmou Reimers.

"Os nossos resultados mostraram que não havia diferença no efeito da aspirina, em relação às mutações COX-2 e PIK3CA,!" completou o pesquisador.
 
Isaude.net

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