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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Implante ocular desenvolvido pela USP tratará doenças que causam cegueira

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Dispositivo tem aproximadamente o tamanho da ponta de um lápis
 
Um implante intraocular desenvolvido pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo se mostrou eficaz para tratar doenças que podem provocar cegueira e para melhorar a visão dos pacientes, anunciou nesta terça-feira (19) o centro universitário.
 
O implante tem aproximadamente o tamanho da ponta de um lápis e é formado pela associação de um componente biodegradável (PLGA) associado a um medicamento, neste caso, a dexametasona. Implantado dentro do olho, a inovação libera gradativamente o medicamento, o que garante que o fármaco se dissolva no olho durante um período de seis meses sem necessidade do uso diário de colírios ou medicamentos orais.
 
Fruto de dez anos de pesquisa, a novidade foi testa com sucesso em dez pacientes que participaram do estudo clínico no HCFMRP. Os resultados mostraram que a inovação atua em doenças vasculares da retina que levam à redução da visão e, em casos mais avançados, à cegueira, informou a universidade em comunicado.
 
A técnica foi desenvolvida por uma equipe comandada pelo oftalmologista Rubens Siqueira especialmente para tratar uveíte, retinopatia diabética, toxoplasmose ocular, degeneração macular (relacionada à idade), retinite por citomegalovírus e endoftalmite. O trabalho contou ainda com a participação da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
 
Está previsto para janeiro o início da segunda fase do estudo. Nesta etapa o implante será testado em 50 pacientes. O professor Rodrigo Jorge, que também participa da pesquisa, declarou que, uma vez aprovado, o tratamento poderá beneficiar vários pacientes portadores diversas doenças da retina, que afetam principalmente a população mais idosa, entre 50 e 70 anos. Ainda de acordo com o professor, essas doenças atingem cerca de 30 milhões de pessoas atualmente no Brasil.
 
A ideia inicial é de que o tratamento seja destinado a doenças da retina, porém o implante poderá futuramente ser utilizado também no tratamento de doenças em outros órgãos e tecidos do corpo. O Brasil ainda não possui qualquer tecnologia similar. Nos Estados Unidos e na Europa, no entanto, um dispositivo semelhante, chamado de OZURDEX, custa cerca de R$ 6,2 mil, mas a venda ainda não foi liberada no Brasil.
 
O preço da nova tecnologia ainda não foi definido. Contudo, o professor Rubens Siqueira acredita que a grande vantagem do produto nacional com relação ao estrangeiro será o custo mais baixo e a maior facilidade de implantação no olho, pois foi desenvolvido com um diâmetro menor que o produto importado. O implante intraocular também beneficiará à medicina veterinária.
 
Além do tratamento oftalmológico, ele poderá atuar em outras doenças, utilizando o mesmo sistema de liberação de fármacos. Uma das vantagens é a facilidade de aplicação, nos animais domésticos. Já nos selvagens, criados em zoológicos ou criadouros, onde a contenção para tratamento pode apresentar risco de morte para algumas espécies, os sistemas de liberação de fármacos podem ser decisivos para manutenção da visão ou cura de doenças.
 
Outro benefício é a possibilidade de liberar apenas a quantidade exata de medicamento, permitindo maior eficiência no controle de doenças. Doenças oculares representam até 80% dos casos de oftalmopatias diagnosticados em caninos, felinos, equinos e bovinos. Os resultados do estudo foram apresentados neste ano durante o Congresso Internacional da Sociedade Americana de Especialistas em Retina, que aconteceu em Toronto, no Canadá. 

EFE

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