Erasmo Salomão/Ascom/MS Todos os municípios do Semi-Árido nordestino e da Amazônia que se inscreveram no terão pelo pelos um médico até dezembro |
São Paulo – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou na segunda-feira (18), durante aula inicial dos profissionais Mais Médicos, em São Paulo, que o programa estará disponível até dezembro em cidades que somam 23 milhões de brasileiros. Todos os municípios do semiárido nordestino, da Amazônia, do Vale do Ribeira (SP) e do Vale do Jequitinhonha (MG) que se inscreveram no programa terão pelo menos um médico até dezembro.
Ao todo, 3 mil profissionais de Cuba iniciaram hoje o módulo de formação do Mais Médicos e devem começar a atender em dezembro. Deles, 300 estão estudando em São Paulo, 1.872 em Brasília, 192 em Belo Horizonte, 236 em Fortaleza e 400 em Vitória. Eles fazem parte do segundo módulo do programa e devem atender a 10,3 milhões de pessoas.
A maior parte dos profissionais do novo grupo (1.416) atenderá à população do Nordeste. O Sudeste contará com mais 566 profissionais e o Norte, com mais 459. Na sequência, vêm o Sul (398) e o Centro-Oeste (114). Outros 47 médicos vão atuar em 15 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). O estado que vai receber a maior quantidade de profissionais será a Bahia, com 376 médicos, seguido por Minas Gerais (233), Ceará (223) e Maranhão (219).
“Com esse grupo que está chegando agora vamos garantir que todos os municípios brasileiros de regiões extremamente pobres passem a ter médico. Quero agradecer muito”, disse Padilha, em seu discurso de abertura das aulas. “Pela minha experiência, de trabalhar na região amazônica, sei que a presença de um médico faz a diferença e dá um salto na organização do serviço. Todos os municípios do Mais Médicos pegaram verba do Ministério da Saúde para reformas e compra de equipamentos e remédios.”
A meta do governo é chegar a 13 mil médicos até março, atendendo a toda a demanda dos municípios cadastrados na primeira etapa do programa. Com eles, a expectativa é que 46 milhões de brasileiros passem a ter atendimento médico. No primeiro mês de atendimento, os profissionais ligados ao programa realizaram 320 mil consultas médicas, segundo o Ministério da Saúde.
Na primeira semana de dezembro será aberto o edital para que profissionais brasileiros possam se inscrever no terceiro módulo do Mais Médicos, que será apenas para os profissionais e não para os municípios. “Muitos médicos estão se formando agora e temos uma expectativa positiva”, disse Padilha. “Se for necessário vamos a Cuba ou a outros países para garantir médicos.”
Na cerimônia, Padilha lembrou que após o terremoto no Haiti, em 2010, Cuba enviou 7 mil médicos, dentistas, enfermeiros e auxiliares de enfermagem para prestar serviços de saúde no país sem receber nada.
“Uma vez me perguntaram se eu achava estanho um país pequeno como Cuba, que tem ainda muitos problemas a enfrentar e que precisa crescer economicamente, envie profissionais da saúde para mais de 50 países?”, disse o ministro. “Eu respondi: e você não acha estranho um país exportar armas, exportar soldados ou exportar produtos que afetam o meio ambiente? Eu só louvo e agradeço que haja um país como Cuba, que aceitou esse desafio de atender ao povo brasileiro.”
“A gente sabe que vocês têm uma formação voltada para a vigilância e para a organização dos serviços, além do cuidado que têm com cada paciente. Nós somos médicos e o que as pessoas esperam é que ouçamos seus problemas de saúde e como vivem na sua realidade local”, disse Padilha.
Com os novos 3 mil médicos que começaram a formação hoje, o programa chegará ao final de 2013 com 6,6 mil profissionais. Atualmente, 3.663 médicos já atuam pelo programa em 1.099 municípios e 19 DSEIs, atendendo a 12,6 milhões de brasileiros. Só o estado de São Paulo conta com 356 profissionais em 48 municípios, que abrangem 1.224.750 pessoas. Com os novos médicos, esse número subirá para 1.973.400 pessoas atendidas.
Para a alocação dos médicos do programa, o Ministério da Saúde levou em conta as cidades com o maior número de pessoas dependentes exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS), além daquelas com alto percentual da população em situação de pobreza, segundo classificação do IBGE.
O programa foi lançado em 8 de julho pelo governo federal, como parte de um pacto para melhorar o atendimento aos usuários do SUS, acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde e ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país.
Os profissionais do programa recebem bolsa de R$ 10 mil por mês e ajuda de custo do Ministério da Saúde. No caso dos profissionais cubanos, parte do dinheiro é repassada ao governo do país, para o custeio da saúde e para formação de novos médicos, serviços inteiramente gratuitos na ilha.
Os municípios, por sua vez, ficam responsáveis por garantir alimentação e moradia aos médicos participantes. Os brasileiros têm prioridade no preenchimento das vagas e apenas as remanescentes são oferecidas aos estrangeiros.
Rede Brasil Atual
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