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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Cresce o número de jovens com HIV que não aderem ao tratamento

A decisão deixa o vírus mais ativo no corpo, aumentando o risco do surgimento de doenças oportunistas, e os torna mais propensos a infectar outras pessoas
 
O início precoce do tratamento contra o HIV promoveu, há pouco mais de um ano, a primeira cura funcional da infecção em um bebê norte-americano exposto ao vírus durante o parto da mãe soropositiva.
 
O método também se mostra bastante eficiente em experimentos em andamento na Europa com adultos e jovens que contraíram o vírus.

Por esses e mais uma série de trabalhos científicos de comprovação que países, incluindo o Brasil, mudaram as diretrizes e promovem o acesso universal ao tratamento com antirretrovirais a qualquer cidadão diagnosticado como soropositivo, independentemente da carga viral dele. Mas, na contramão de todas as evidências, adolescentes e jovens adultos são o segmento da população que menos aderem ao tratamento e destacam-se por postergarem ao máximo o início da medicação, mesmo cientes de que estão contaminados.

Pesquisa publicada no início deste mês na revista científica Jama Pediatrics afirma que quase metade dos adolescentes e jovens adultos norte-americanos infectados pelo HIV atrasam o início do tratamento até que a doença tenha avançado.
 
“Essas descobertas são decididamente decepcionantes e reforçam a necessidade de desenvolver melhores formas de diagnosticar adolescentes mais cedo e, tão importante quanto, de tê-los sob terapia mais cedo”, preocupa-se o investigador principal, Allison Agwu, especialista em doenças infecciosas e HIV no Centro Infantil do Hospital Johns Hopkins (EUA). Agwu e a equipe liderada por ele analisaram os registros de cerca de 1.500 jovens, com idade entre 12 e 24 anos, infectados com o HIV e atendidos entre 2002 e 2010 em 13 clínicas do país.

Os pesquisadores consideram as descobertas particularmente preocupantes frente às evidências de que o início do tratamento o mais cedo possível pode ser um caminho, mesmo que longo, de manter o vírus sob controle. “É importante para evitar danos cardiovasculares, renais e neurológicos característicos da infecção pelo HIV mal controlada ao longo do tempo”, reforça Agwu.

Correio Braziliense

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