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As pessoas que vivem em países em desenvolvimento e possuem automóveis, televisores e computadores em casa costumam ser mais propensas a sofrer de obesidade do que as que não dispõem dessas comodidades em casa, alertaram cientistas nesta segunda-feira (10).
Comer mais, ficar muito tempo sentado e trocar as caminhadas pelos deslocamentos de carro são as razões mais prováveis para que as pessoas que têm acesso a estes luxos modernos possam começar a ganhar peso e aumentar o risco de desenvolver doenças como a diabetes, afirmaram os cientistas.
As descobertas, publicadas no periódico "Canadian Medical Journal", sugerem que é necessário tomar cuidado extra para evitar problemas de saúde em países que estão aderindo ao estilo de vida ocidental.
"Com a aquisição crescente de comodidades da vida moderna - TVs, carros, computadores - países com populações de rendas baixa e média podem ter as mesmas taxas de obesidade e de diabetes que os países de renda alta, resultantes do sedentarismo, de atividade física menor e um consumo crescente de calorias", advertiu o principal autor do estudo, Scott Lear, da Universidade Simon Fraser.
"Isso pode ter consequências potencialmente devastadoras para a saúde social desses países", acrescentou.
A mesma relação não existia nos países desenvolvidos, sugerindo que os efeitos nocivos dessas máquinas na saúde já se refletem em taxas elevadas de obesidade e diabetes.
O estudo foi realizado com cerca de 154.000 adultos de 17 países de todas as faixas de renda, dos Estados Unidos, Canadá e Suécia a China, Irã, Índia, Bangladesh e Paquistão.
Os televisores foram os dispositivos eletrônicos mais comuns nos países em desenvolvimento - 78% dos lares tinham um -, seguidos dos computadores (34%) e do carro (32%). Apenas 4% das pessoas de países em desenvolvimento tinham as três máquinas em casa, contra 83% das pessoas de países de renda elevada.
Aqueles que tinham aparelhos eletrônicos eram mais gordos e menos ativos do que aqueles que não dispunham destes dispositivos. As pessoas que tinham os três eram ao menos um terço menos ativas, permaneciam sentadas 20% mais tempo e tinham uma circunferência abdominal 9 centímetros maior do que aqueles que não tinham nenhum destes equipamentos.
A prevalência da obesidade em países em desenvolvimento aumentou de 3,4% entre aqueles sem aparelhos para 14,5% entre os que possuíam os três equipamentos.
No Canadá, 25% da população é de obesos, enquanto nos Estados Unidos essa proporção é de 35%.
"Nossas descobertas enfatizam a importância de se limitar a quantidade de tempo gasto usando equipamentos domésticos, em reduzir o comportamento sedentário e encorajar a atividade física para prevenir a obesidade e a diabetes", destacou o estudo.
G1
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