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quarta-feira, 5 de março de 2014

Conheça os prós e contras da circuncisão

Foto: Reprodução
Postectomia
Quando feita na vida adulta, pode gerar reclamações de disfunção erétil e ejacualação retardada
 
Por Dr. André Cavalcanti
 
A circuncisão ou postectomia é um procedimento cirúrgico que consiste na retirada do prepúcio, prega de pele que recobre o pênis.

Trata-se de um procedimento ambulatorial que pode ser realizado apenas com anestesia local ou associado com uma sedação. Através de técnicas diferentes o tecido do prepúcio é removido e é realizada uma sutura circular entre a pele e a mucosa remanescente.

Em crianças de baixa idade, os dispositivos plásticos (que dispensam a necessidade de suturas) podem ser utilizados para a diminuição do tempo cirúrgico e maior praticidade do procedimento, porém alguns cirurgiões preferem os resultados estéticos das intervenções clássicas, com a ressecção e sutura. Apesar de ser um procedimento simples, deve ser sempre realizado por um médico habilitado e com experiência na técnica, geralmente cirurgiões com formação em Urologia ou Cirurgia Pediátrica. 
 
Um procedimento inadequado pode estar associado a resultados estéticos insatisfatórios ou mesmo com complicações mais graves como amputações parciais da glande e lesões na uretra. Pela exposição da glande ao contato com curativos e roupas, alguns pacientes podem sentir uma aumento da sensibilidade local e desconforto no pós-operatório da postectomia, principalmente quando havia no pré-operatório uma ausência completa da sua exposição. Este desconforto tende a melhorar e desaparecer com o passar dos dias e semanas. 
 
A circuncisão é realizada frequentemente por motivos religiosos, principalmente entre judeus e muçulmanos. As indicações médicas estão em geral associadas à impossibilidade ou dificuldade de exposição da glande (fimose).

Em crianças a fimose pode causar dificuldade de micção (jato fino e doloroso), infecções urinárias e infecções locais por fungos. É importante salientar que uma parte substancial de crianças que nascem com fimose, irão apresentar uma resolução espontânea (sem cirurgia) até os 3 a 4 anos de vida. Ainda neste grupo é possível a melhora com a utilização de medicações tópicas que favorecem o descolamento do prepúcio. 
 
Repercussões sexuais
Apesar de ser um procedimento usualmente realizado na população masculina, existem alguns relatos na literatura médica de insatisfações dos pacientes sobre os resultados da cirurgia do ponto de vista estético e da qualidade da ereção e da ejaculação.

Apesar de poucos estudos na literatura apontarem para estes resultados insatisfatórios, é possível observar na prática urológica, pacientes que apresentam queixas de disfunção erétil ou retardo na ejaculação, associados com a cirurgia. Muitas destas queixas podem estar diretamente associadas a condições de origem psicológica e também a um incompleto entendimento do paciente ao procedimento que está sendo realizado e suas expectativas.
 
Quando a circuncisão é realizada dentro de uma indicação médica precisa, com uma completa discussão com o paciente sobre resultados e possíveis complicações (que são mínimas quando o procedimento é realizado por um profissional experiente) a circuncisão é um excelente procedimento. 
 
Em adultos a dificuldade de exposição da glande pode estar associada a desconforto durante o ato sexual, inclusive com traumatismo local, bem como infecções fúngicas locais. Muitos homens apresentam uma exposição completa da glande, que pode estar parcialmente ou totalmente recoberta pelo prepúcio, sem qualquer tipo de queixa e neste caso não há indicação de qualquer tipo de procedimento cirúrgico do ponto de vista médico.
 
A postectomia não deve ser realizada com o intuito de diminuir a sensibilidade da glande em pacientes com queixas de ejaculação retrógrada, pois sabemos que esta patologia é mediada ao nível do sistema nervoso central e que procedimentos cirúrgicos locais em geral não terão efeitos. 
 
Saúde blindada
Alguns estudos demonstraram que a realização da postectomia, em populações de alto risco, pode reduzir o risco de transmissão do vírus HIV, oferecendo uma proteção parcial. Porém é importante salientar que o estudo foi feito em populações africanas de alto risco e de forma alguma pode substituir as formas clássicas de prevenção em nosso meio, como o uso regular de preservativos.
 
A circuncisão também oferece um papel protetor sobre o câncer de pênis, doença prevalente em populações com baixa condição sócio-econômica e com baixos níveis de higiene. A adequada higiene corporal e limpeza peniana com água e sabão também oferecem um papel de proteção para este tipo de câncer, sem a necessidade de realização de cirurgia. 
 
Minha Vida

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