A epidemia de sobrepeso e obesidade atinge atualmente 2,1 bilhões de pessoas, cerca de 30% da população mundial, das quais mais da metade estão em países em desenvolvimento, alerta um estudo publicado hoje.
— A obesidade é um problema que afeta a todos, independentemente da idade, renda ou país— garante Christopher Murray, diretor do Instituto de Avaliação da Saúde da Universidade de Washington, que conduziu a análise de dados disponíveis em 188 países.
Entre 1980 e 2013, a porcentagem de pessoas em todo mundo com um índice de massa corporal (IMC) superior a 25, o limite para excesso de peso, passou de 28,8% para 36,9 % entre os homens e de 29,8% para 38% entre as mulheres.
O IMC é a proporção entre o tamanho e o peso de um indivíduo. Um índice maior que 30 é considerado um sinal de obesidade em adultos. No caso em que o índice está entre 25 e 30 é considerado excesso de peso.
Mas o fenômeno não afeta todos os países da mesma forma: os Estados Unidos, Grã-Bretanha e Austrália aparecem no topo da lista de países desenvolvidos onde a obesidade ou excesso de peso afeta mais de 60% das pessoas com mais de 20 anos.
Egito, Líbia, Arábia Saudita, Omã, Bahrein e Kuwait, onde o excesso de peso e a obesidade têm aumentado substancialmente, afetando mais de 70% das mulheres com mais de 20 anos, já ultrapassaram os ocidentais.
O mesmo se aplica em vários países da América Latina, como México, El Salvador, Costa Rica, Honduras, Chile ou Paraguai, e especialmente nos microestados do Pacífico (Tonga, Kiribati e as ilhas de Samoa), onde a taxa é superior a 80% entre os homens e mulheres com mais de 20 anos.
Aumento da obesidade infantil
Não só há mais pessoas com excesso de peso, mas cada vez mais começam a desenvolver este problema mais cedo: entre 1980 e 2013, o número de crianças e adolescentes obesos ou com sobrepeso em todo o mundo aumentou em 50%.
Atualmente afeta 22% das meninas e 24% dos meninos nos países desenvolvidos e cerca de 13% de meninos e meninas nos países em desenvolvimento, com um aumento particularmente significativo no Oriente Médio e Norte da África no caso das meninas.
— Esse aumento é muito preocupante na medida em que a obesidade infantil pode ter sérias consequências para a saúde, como o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes e muitos tipos de câncer— diz Marie Ng, a pesquisadora que coordena o estudo.
— Nas últimas três décadas, nenhum país reduziu a sua taxa de obesidade e esperamos um aumento em países de baixa e média renda, a menos que adotem medidas urgentes para limitar esta crise de saúde pública— alerta Murray.
Zero Hora
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