Osteoporose, diminuição da força muscular e quedas no dia-a-dia são algumas causas do problema
Deformidades, imobilizações e dores comprometem a qualidade de vida |
Com o aumento da expectativa de vida dos idosos e a consequente ampliação no leque de atividades, incluindo a prática de esportes, também está crescendo o número de registros de fraturas entre esta população. Os motivos para as fraturas em idosos estão divididos em dois grupos: causas intrínsecas e extrínsecas.
De acordo com o especialista em trauma ortopédico Luiz Fernando Cocco, a fratura em idosos é um tema de extrema relevância, tanto pela prevalência e incidência do problema na Emergência Ortopédica, quanto pela repercussão na vida dos pacientes vítimas desta condição.
Das causas intrínsecas que levam o paciente à queda e consequente fratura, estão a qualidade óssea (a temida osteoporose), alterações de equilíbrio, reflexos mais lentos, diminuição da força muscular (principalmente nos membros inferiores) e alterações de visão e audição.
— Estes fatores podem ser tratados ou prevenidos ao longo da vida através de práticas esportivas, alimentação saudável, medicações, reposição hormonal, entre outras. No momento da fratura, estas condições influenciarão significativamente na proposta do tratamento ortopédico— afirma o médico.
Já as causas extrínsecas estão relacionadas aos agentes externos desencadeantes destas lesões. Os acidentes ou quedas nos idosos geralmente não estão vinculadas a lugares altos como escadas, esportes de contato ou acidentes motociclísticos. Quedas muito mais inocentes como um simples obstáculo na calçada, um último degrau da escada mais rotineira na porta do prédio ou chinelos escorregadios colocados ao lado da cama podem se tornar traumas de alta energia em uma população com a qualidade óssea cada vez mais fragilizada.
O impacto no cotidiano dos pacientes idosos vítimas de fraturas é significativo. Segundo Cocco, mesmo fraturas de menor gravidade - como no punho - acarretam mudanças na vida dessa população.
— Dor, deformidades, uso de mais medicações, imobilizações desconfortáveis e por tempo prolongado podem fazer com que a qualidade de vida fique seriamente comprometida. A perda da independência, mesmo que temporária, é outra queixa muito frequente destes pacientes— destaca ele.
Fraturas maiores, entretanto, têm consequências ainda mais impactantes como cirurgias em caráter de urgência, períodos maiores de internação hospitalar e reabilitação prolongada acabam traumatizando de forma física e psicológica grande parte dos pacientes.
O médico ressalta que, apesar dos avanços no tratamento com uma medicina moderna e de qualidade, a prevenção ainda é fundamental para evitar que os fatores desencadeantes das quedas, acidentes e consequentemente fraturas aconteçam. Isso pode ser feito ao longo da vida. No caso dos fatores intrínsecos, através de hábitos saudáveis ou corrigindo situações de risco para os fatores extrínsecos visando que o tratamento ortopédico de urgência fique restrito a poucos casos.
Zero Hora
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