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Imprescindível à prática clínica, os meios de contrastes são cada vez mais usados durante exames de imagens para facilitar a visualização e o fornecimento de informações diagnósticas, afinal, salientam as densidades e contrastes naturais entre os tecidos. Há anos, essas soluções – que podem causar reações adversas ao organismo – eram aplicadas manualmente, sem um controle criterioso da dose e velocidade a ser injetada. O que se vê hoje no mercado é bem diferente, a Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2014), realizada neste mês de maio, foi palco de avançadas tecnologias desenvolvidas com o objetivo de garantir a segurança do paciente e, consequentemente, auxiliar na redução de tempo e custo dos centros de medicina diagnóstica.
Atualmente os meios de contraste são utilizados em radiologia convencional, tomografia computadorizada, ressonância magnética, medicina nuclear e ultrassonografia, e basicamente são necessárias três substâncias para a aplicação: sulfato de bário, iodo e gadolínio.
Apesar dos diferentes graus de consolidação tecnológica no Brasil, empresas como Bracco, Bayer Healthcare e Guerbet investem em soluções completas, ou seja, vão além dos meios de contraste e exploram também sistemas de injeção, softwares que auxiliam no procedimento e, algumas delas, até medicamentos para ajudar em tratamentos.
No caso da alemã Bayer, o Brasil representa cerca de 45% do total das vendas para a América Latina e, pela primeira vez, todas as unidades de negócios de saúde estiveram presentes no estande da companhia durante a Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2014): farmacêutica, medicamentos isentos de prescrição, saúde animal e a tradicional Radiologia & Intervenção.
Além dos equipamentos voltados para as áreas de Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética, o diretor de Marketing da unidade de negócios de Radiologia & Intervenção da Bayer HealthCare, David Garcia Calleja, destaca a linha de produtos Informatics, oriunda da aquisição da empresa canadense Radimetrics – que desenvolveu um software para medir com precisão a exposição à radiação de um paciente ao longo de vários procedimentos de imagem.
“Os avanços tecnológicos, agora, permitem a combinação das informações dos equipamentos (tomógrafos e ressonâncias), dos injetores, dos contrastes, do laudo médico, das imagens e a consolidação delas em um report por meio de um software”, contou Calleja, lembrando que a equipe de marketing da empresa esteve no Brasil para apresentar exatamente essa novidade.
Outra importante notícia para o mercado brasileiro é de que a Bracco trouxe ao Brasil o primeiro contraste para ultrassonografia, já aprovado pela Anvisa. De acordo com o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), a utilização do contraste aumenta significativamente a acurácia da ultrassonografia. As aplicações para contraste registradas são: vascular, fígado, mama e cardiologia.
Todas as empresas são unânimes ao eleger a educação como parte fundamental do processo de atendimento aos radiologistas, até porque muitos desconhecem as avançadas tecnologias que já estão disponíveis no mercado brasileiro. A francesa Guerbet, por exemplo, traz um novo conceito: o scanBag, o contraste dentro de uma bolsa, baseada nos “sacos de infusão”, feitos de polipropileno, que são leves, resistentes e fornecem máxima assepsia, além de reduzir o impacto no ambiente.
“Somos a única a trabalhar com este conceito de proteção. No Brasil, infelizmente, isso ainda não é reconhecido como um diferencial, mas acreditamos que isso seja um produto para o futuro”, afirmou o diretor geral da Guerbet no Brasil, Fernando Oliveira. A empresa francesa é a única a fabricar localmente, mais precisamente em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Entretanto competem, muitas vezes, com preços mais baixos das concorrentes, que possuem fabricação a custos menores na China.
O processo de precificação é o mesmo em relação aos medicamentos, sendo a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) a responsável. “Apesar de dificuldades estatísticas, o Brasil situa-se entre os 10 maiores consumidores do mundo”, disse o Coordenador da Comissão Nacional de Contrastes do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Luiz Antonio Nunes de Oliveira.
A relevância da JPR impulsiona a vinda dos principais executivos da companhias ao Brasil, como foi o caso de Marie-Claire Taine, vice-presidente de vendas corporativas da Guerbet. A executiva francesa vê o Brasil como estratégico para a companhia, que investiu nos últimos quatro anos R$ 15 milhões em sua planta e na expansão do laboratório de análises.
Encarando o conhecimento científico como um importante diferencial, a Bayer educa, além dos radiologistas, os médicos clínicos. “Eles precisam conhecer os avanços dos contrastes para indicar o exame e os detalhes apropriados”, enfatiza Calleja, da Bayer.
GE Healthcare é outra gigante que possui área exclusiva de operação de meios de contraste.
De acordo com Oliveira, do CBR, o radiologista brasileiro está preparado para indicar, vetar e supervisionar a administração dos meios de contraste e, inclusive, a instituição mantém um curso voltado para o assunto (Assistência à Vida em Radiologia – AVR).
“Serão importantes ações conjuntas da medicina brasileira no sentido de que todos os tipos de contrastes possam ser disponibilizados para nossa população”, ressaltou Oliveira.
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