Uma equipe de cientistas espanhóis e holandeses detectou pela primeira
vez o papel desempenhado pela proteína tau na doença de Huntington, que
era até agora desconhecida, publicou neste domingo (20) a revista
"Nature Medicine".
O trabalho pode levantar novas abordagens para esta desordem
neurodegenerativa que causa movimentos involuntários, alterações
psiquiátricas e demência, explicou uma nota do Centro de Pesquisa
Biomédica em Rede sobre Doenças Neurodegenerativas.
A doença de Huntington é causada por uma mutação no gene da huntingtina
(HTT), que envolve a expansão do número de repetições do trio da
citosina, adenina e guanina (CAG).
O papel da proteína tau - associada à formação e manutenção da
morfologia neuronal e de suas conexões específicas - tinha sido estudado
até agora em um determinado grupo de doenças neurodegenerativas, mas
era desconhecido no caso do Huntington.
Segundo a investigação, o RNA mensageiro (cópia do DNA) destes
pacientes apresentou alterações semelhantes às de patologias conhecidas
como tauopatias (Alzheimer, demência frontotemporal, degeneração
corticobasal), que causam desequilíbrio e aumento da proteína tau no
cérebro.
A relação direta entre a tau e o Huntington sugere que o tratamento
genético com pequenas moléculas relacionadas com a tau para algumas
tauopatias poderiam ser úteis para o tratamento dele também.
Segundo José Javier Lucas, diretor do estudo e Marta
Fernández-Nogueiras, primeira signatária do artigo, as pesquisas sobre o
Huntington se beneficiarão "do muito que já se conhece sobre a tau por
causa de seu papel no Alzheimer e em outras tauopatias".
Por outro lado, os depósitos de tau em forma de varinha detectados no
Huntington eram desconhecidos no Alzheimer e poderiam fornecer novas
informações que ajudem na busca de cura e tratamento de todos estes
males.
EFE / R7
Nenhum comentário:
Postar um comentário