Por Dra Samanta Dall'Agnese
A síndrome da apneia do sono
é uma preocupação atual tanto dos médicos quanto dos pacientes. A
doença ganhou maior destaque em 2010, com um estudo realizado na cidade
de São Paulo, o Episono. O estudo avaliou mais de 1000 pessoas com
questionários sobre a qualidade do sono e exame de polissonografia.
Dentre os avaliados, 33% tiveram o diagnóstico da síndrome da apneia.
Apneia do sono
significa a parada completa do fluxo do ar pelo nariz ou pela boca por
10 segundos ou mais. A hipopneia é uma diminuição do fluxo do ar em mais
de 30%. Tanto a apneia quanto a hipopneia estão presentes na síndrome
da apneia obstrutiva do sono. O exame que faz a investigação é a
polissonografia, na qual o paciente dorme em um laboratório do sono com
monitorização de vários parâmetros, como eletrocardiograma e oxigenação.
Se a pessoa apresentar mais de cinco episódios de apneia ou hipopneia
por hora de sono e apresentar queixas de cansaço e sonolência durante o
dia, ela tem o diagnóstico de apneia. Outro critério é um valor de 15 ou
mais episódios de apneia ou hipopneia por hora independente de ter
queixas.
Durante o sono,
nossos músculos estão mais relaxados. Em determinadas pessoas, a
musculatura da faringe, quando mais relaxada, pode levar ao
estreitamento da passagem do ar. Essa via aérea estreita leva à
hipopneia e à apneia, que reduzem a oxigenação do sangue. O cérebro
percebe essa alteração e envia sinais para que a pessoa acorde e
respire, assim voltando ao normal. Portanto, além da queda da oxigenação
no sangue, a pessoa desperta várias vezes durante o sono, o que leva a
pessoa a sentir cansaço e sonolência durante o dia, baixa produtividade
no trabalho e até acidentes de trânsito.
A maioria das pessoas que possui a doença da apneia apresenta ronco,
que é o principal motivo que as faz procurar ajuda do especialista. Mas
não necessariamente quem ronca tem a doença. O ronco tem várias causas,
dentre elas problemas na respiração nasal, como rinite e desvio de
septo, e mau alinhamento dos dentes. Ingerir bebidas alcoólicas à noite e
dormir de barriga para cima também são hábitos que favorecem os roncos.
Contornando o risco
Nem sempre a
apneia do sono precisa de aparelhos para ser tratada ou controlada.
Casos leves de apneia associados a um ganho de peso podem ser resolvidos
com programas de reeducação alimentar e exercícios físicos. Porém, como
o excesso de peso é apenas um dos fatores que desencadeiam a doença,
não se pode garantir que o emagrecimento resolverá totalmente o
problema. A avaliação de cada caso por um especialista é fundamental
para orientação do tratamento.
Sabemos que existe
uma predisposição, isto é, uma carga genética para desenvolver a
doença. Mas a apneia é muito mais complexa.
Vários fatores contribuem
para a doença surgir ou se agravar:
- Alterações anatômicas: como a mandíbula
posicionada para trás (retrognatismo) e aumento do tamanho das amígdalas
e adenoide, o que é mais comum em crianças
- Obesidade: a gordura se acumula no pescoço, reduzindo o diâmetro da faringe, e no tórax, levando a um maior esforço para respirar
- Função hormonal: os hormônios sexuais femininos são tidos como protetores da doença, o que explicaria o fato de os homens serem mais acometidos, e a diferença entre os sexos diminuir quando chega a menopausa. O hormônio tireoideano também exerce influência nas atividades do organismo durante o sono. O hipotireoidismo, ou seja, a redução da produção de hormônios pela glândula tireoide, deve ser pesquisado. A síndrome da apneia é uma das indicações de tratamento com reposição do hormônio tireoideano
- Função hormonal: os hormônios sexuais femininos são tidos como protetores da doença, o que explicaria o fato de os homens serem mais acometidos, e a diferença entre os sexos diminuir quando chega a menopausa. O hormônio tireoideano também exerce influência nas atividades do organismo durante o sono. O hipotireoidismo, ou seja, a redução da produção de hormônios pela glândula tireoide, deve ser pesquisado. A síndrome da apneia é uma das indicações de tratamento com reposição do hormônio tireoideano
Caso você sofra de
apneia do sono, procure uma clínica especializada para avaliar o que
está causando o problema e se ele pode ser reversível. Em alguns casos, a
mudança de hábitos pode fazer toda a diferença!
Minha Vida
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