Por Dr. Laércio Vasconcelos
Alguns pacientes apresentam uma diminuição na produção da saliva, que se caracteriza como boca seca
ou xerostomia. A saliva tem papel importante na formação do bolo
alimentar, como ajudar na digestão e deglutição, facilitar a
movimentação da língua e demais músculos, atuar na proteção da mucosa da
boca, controlar a microbiota bucal, estabelecer e manter o pH do
ambiente, atuando no processo da cárie dental.
As causas mais frequentes que levam à xerostomia são fatores que
desidratam a boca e ressecam a mucosa bucal como: o hábito de fumar,
pacientes roncadores, respirador bucal, utilizar excessivamente a fala
devido à profissão, a desidratação corporal excessiva e uso de
determinadas medicações. No entanto, o sintoma de boca seca também pode
estar relacionado a outro problema, que nem sempre é a falta de saliva.
É fundamental identificar, por meio de um exame clínico detalhado e de
um teste chamado sialometria, se a queixa de sentir a boca seca está ou
não associada a uma real diminuição na produção de saliva.
O
estresse, muito comum no dia a dia de muitas profissões, está entre um
dos principais fatores causadores da xerostomia. Sabe-se que, em alguns
casos, medicamentos são prescritos aos pacientes para tratar o estresse,
e como consequência podem agravar ainda mais o quadro de secura bucal.
Estima-se que existam mais de 400 medicações que podem causar a
hipossalivação, as mais comuns são: antialérgicos, calmantes, diuréticos
e anti-hipertensivos e os antidepressivos.
Quem sofre com o problema
apresenta dificuldade de falar, de engolir e até mesmo de sentir o
gosto dos alimentos, mau hálito, intolerância a próteses, dor na língua,
alteração de voz e, em casos mais raros e severos, ardência bucal e
gosto amargo constante. Ou seja, esta situação afeta a qualidade de vida
das pessoas. Além disso, o problema também pode dificultar a
cicatrizarão de alguma lesão bucal.
Ao perceber os sinais e sintomas
associados à boca seca o primeiro passo é procurar seu dentista. Antes
de iniciar o tratamento é preciso identificar a causa: se a origem for
medicamentosa, o dentista deverá entrar em contato com o médico do
paciente para estudarem a possibilidade de substituição do medicamento
por outro. Já nos casos de perda irreversível da produção de saliva,
existe a possibilidade de minimizar o problema com uso de saliva
artificial manipulada ou comercial, gomas de mascar sem açúcar ou ainda
medicamentos que estimulem a salivação. Quem possui esse tipo de
problema deve ser acompanhado pelo dentista em intervalos menores para
orientação de higiene oral constante, aplicação de flúor e tratamento
gengival básico. O indicado é manter a boca sempre bem hidratada,
consumindo água ou outra bebida sem açúcar, evitando bebidas alcoólicas
ou com cafeína.
É sempre importante relatar ao seu dentista se
apresentar algum dos sintomas citados ou algum desconforto na boca. Se
houve alguma mudança nos hábitos, estresse prolongado, aparecimento de
cáries, alteração no paladar ou aumento de infecções na boca e garganta,
podem ser um sinal de alerta! Fique atento e não deixe de marcar ir ao
dentista com regularidade.
Minha Vida
Nenhum comentário:
Postar um comentário