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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Não é preciso passar fome antes do exame de sangue

Novas tecnologias de análises clínicas põem fim à exigência de jejum de 12 horas
 
Rio - Passar doze horas em jejum antes de realizar um exame de sangue é um incômodo que todos já tiveram de enfrentar ao menos uma vez. Porém, boa parte desses transtornos pode ser evitada.

Avanços das técnicas de análise do sangue já colocaram fim à necessidade de jejuar para a maioria dos testes laboratoriais, entre eles os de glicose e colesterol. Mas a desinformação de médicos e pacientes mantém a cultura da privação de refeições no país. O assunto foi tema de debate no Congresso Brasileiro de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial, na semana passada, no Rio.                       

O patologista clínico Gastão Rosenfeld, um dos defensores do encerramento da exigência, garante que a metodologia atual para os testes de glicose e LDL, o colesterol ruim, prescinde do jejum para chegar a conclusões precisas. “A nova metodologia de análise quebrou a interferência que o consumo de gordura próximo ao horário do exame tinha sobre o resultado. Para estes dois testes, jejuar doze horas antes tornou-se exagero”, diz. Segundo ele, o exame de glicose deixou de ser feito através do cálculo de triglicerídeos, partícula de gordura, e usa a hemoglobina glicada, que pondera a média da taxa glicêmica do sangue nos 90 dias anteriores ao teste. Já o LDL passou a ser calculado de forma direta, também contornando o exame de triglicerídeos.
 
Problema cultural                     
Para Rosenfeld, o entrave para o fim do jejum é a conscientização de médicos e laboratórios. Nesse sentido, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica tem promovido encontros de profissionais para alastrar a informação. “O problema é cultural, mas temos combatido isso e alguns laboratórios do país já começaram a aderir”, garante o médico, assessor da Abramed.                       

Rosenfeld também revela que alguns médicos, especialmente os com experiência no exterior, adotam o procedimento à revelia dos laboratórios. “Alguns falam para o paciente apenas dizer , no laboratório que jejuou”.
 
Diagnósticos mais rápidos
Atualmente, clínicas de diagnóstico do Estado do Rio de Janeiro, como Bronstein, CDPI, Lâmina e Sérgio Franco, ainda exigem a privação de alimentação por doze horas para a realização dos testes de glicose e colesterol. O médico Gastão Rosenfeld defende que, além de facilitar a vida de pacientes, o fim da exigência de jejum antes da realização de exames também traria benefício para os laboratórios.
 
Segundo ele, a atual obrigatoriedade lota os consultórios pela manhã e deixa-os vazios no restante do dia. “Ao distribuir o horário dos atendimentos, você perde menos tempo em filas e acelera diagnósticos, porque passa a ser possível sair do médico e ir direto fazer um exame”, afirma.

O Dia

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