Foto: David Greedy/AFP: Teste de vacina contra H1N1: baixa imunidade da população pode explicar alta taxa de letalidade |
Rio - A Secretaria de Saúde de Petrópolis, na Região Serrana, confirmou ontem o registro de dois casos de suspeita de gripe H1N1. Os pacientes — um adulto de 46 anos e uma criança — não tiveram a identidade revelada. Ambos estão internados e passam bem. O material coletado dos pacientes foi enviado para o Laboratório Central de Saúde Pública do Rio, e o resultado dos exames deve sair em até 12 dias. No sábado, o município confirmou que a gripe foi a causa da morte de Celeste Pacheco Vogel dos Santos, de 48 anos.
Em agosto, em Araruama outra mulher, que não foi identificada, também morreu devido à contaminação com o vírus H1N1.
A taxa de letalidade do vírus preocupa especialistas. Segundo a Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (SVEA), órgão da Secretaria estadual de Saúde, entre os dias 1º de janeiro e 20 de setembro foram registrados onze casos de gripe H1N1 no estado, com dois óbitos — Celeste e a mulher de Araruama. Em 2013, foram contabilizados 42 casos. Nove foram fatais.
— Há muitos tipos de vírus circulando pela cidade, então, no caso do H1N1, pode haver subnotificação — explica Fernando Portela Câmara, virologista da UFRJ. — Além disso, a população tem pouca imunidade a esta gripe, porque nunca vimos uma transmissão maciça. Sem ela, não tivemos a oportunidade de criar uma barreira de defesa em nosso organismo. A combinação destes elementos explica o alto número de mortes.
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Novas formas de transmissão
Além do contato com secreções de pessoas contaminadas, o H1N1 pode ser transmitido por vias menos conhecidas.
— É um vírus traiçoeiro porque alguém pode ser infectado apertando o botão do elevador, ou segurando o corrimão da escada, depois do toque desses objetos por uma pessoa que já é portadora do H1N1 — alerta.
A queda nas temperaturas nos últimos dias explicaria o desenvolvimento de sintomas da gripe, como febre alta, coriza, tosse e dor no coro.
Para o superintendente da SVEA, Alexandre Chieppe, os casos de grupe H1N1 provocam grande alarde, mas não são mais graves do que os demais casos de vírus influenza.
— A evolução da gripe H1N1 está mais relacionada às características individuais dos pacientes do que ao vírus — avalia.
Por isso, de acordo com Chieppe, o protocolo de atendimento aos pacientes com sintomas de gripe é o mesmo em todos os casos. Os suspeitos de contaminação passam por uma avaliação médica e podem receber remédios antitérmicos ou antivirais.
A SVEA ressalta que a melhor forma de prevenir a gripe é ficar atento às regras básicas de higiene, como cobrir a boca com um lenço ou com as mãos ao espirrar ou tossir. Além disso, o órgão recomenda evitar longas permanências em ambientes fechados e sem ventilação.
O Globo
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