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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Com duração de 42 horas, insulina que dispensa horário fixo para aplicação chega ao Brasil

Medicamento está aprovado para portadores de diabetes tipo 1 e 2 acima de 18 anos
 
Nem todos os diabéticos utilizam insulina para controlar a doença, mas o grupo que precisa do hormônio para sobreviver sabe que é extremamente importante aplicar o medicamento na hora certa.
 
A boa notícia é que já está disponível no mercado brasileiro uma insulina com duração de até 42 horas e sem necessidade de horário fixo para a aplicação da dose.
 
Comercializada pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk com o nome de Tresiba (degludeca), a insulina basal de ação ultralonga tem efeito plano e estável, ou seja, sem picos glicêmicos e promete facilitar a adesão ao tratamento, diz o endocrinologista Freddy Eliaschewitz, diretor do CPClin (Centro de Pesquisas Clínicas), de São Paulo.
 
― Depois do antibiótico, a insulina é o que mais salvou vidas na história da humanidade. No ano 2000, com o lançamento dos análogos de insulina de ação lenta, o controle do diabetes melhorou muito, mas não o suficiente. Com a chegada de uma insulina com maior tempo de duração, esperamos melhorar a qualidade de vida e proporcionar mais flexibilidade ao paciente.
 
Atualmente, o mercado brasileiro comercializa insulina com o máximo de tempo de duração de 24 horas. Embora a aplicação de Tresiba precise ser diária, como todas que existem hoje em dia, a vantagem é poder escolher o horário para tomar a dose, “sem a necessidade de ajustar o seu dia em função do medicamento”, enfatiza Eliaschewitz.
 
― É importante lembrar que o papel da insulina basal [ação lenta e ultralonga] é diferente da insulina de ação rápida. Enquanto a primeira controla a taxa de glicose produzida pelo fígado ao longo do dia, a outra é usada antes das refeições.
 
Outro benefício do novo produto é a redução dos episódios de hipoglicemia, especialmente noturna, comuns nos pacientes com diabetes que usam insulina, avisa o endocrinologista Antônio Roberto Chacra, chefe do Centro de Diabetes da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
 
― A hipoglicemia é uma das principais barreiras para o paciente aderir a insulinoterapia. Além disso, ele associa o uso do medicamento ao agravamento do quadro, quando na realidade é uma forma de controlar melhor a doença.
 
A hipoglicemia é a queda da taxa de açúcar no sangue, sendo que os sintomas do quadro costumam aparecer quando esta taxa está abaixo de 70 mg/dl. Entre os sinais do quadro, Chacra cita “tremor, taquicardia, sensação de fome, sudorese, tontura e até coma”.
 
― Para reverter a situação, a recomendação é que o paciente consuma açúcar, como um copo de suco de laranja, bala, refrigerante normal ou algum alimento doce.
 
A insulina Tresiba já está disponível em todo o Brasil pelo preço sugerido de R$ 120,00. Por enquanto, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ainda não autorizou o uso em crianças e grávidas.

R7

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