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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Cientistas suíços trazem nova forma de tratar diabetes 2 em roedores

Estudo com camundongos mostra como pedaços de RNA provocam doença.
Pesquisa é tema da edição desta semana da revista 'Nature'.

Uma pesquisa de cientistas do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Zurique, traz um novo alvo para o tratamento de diabetes do tipo 2. A equipe liderada por Markus Stoffel descobriu dois pedaços de RNA - cadeias produzidas nas células a partir do DNA - que podem ser a causa do problema. Os testes foram conduzidos em ratos e os resultados da pesquisa são um dos destaques da edição desta semana da revista "Nature".

Os cientistas suíços mostraram no artigo como duas fitas de RNA chamadas miRNA 103 e miRNA 107 bloqueiam um gene no corpo dos roedores que comanda a entrada e o armazenamento de glicose (açúcar) pelas células do fígado e de gordura.

A diabetes de tipo 2 aparece quando o corpo perde a capacidade de absorver e armazenar glicose (açúcar). Isso acontece por conta de uma resistência à insulina, substância que permite a entrada do açúcar dentro das células. Outra causa para a doença pode ser a falha das células-beta - localizadas nas ilhotas de Langerhans, estruturas do pâncreas responsáveis pela produção de hormônios -, que deixam de produzir a insulina em quantidade suficiente.

Em testes com ratos obesos, os cientistas usaram uma molécula chamada antagomir, que anulou o efeito negativo das duas fitas de RNA. Após a aplicação da substância, as células do fígado voltaram a reagir normalmente com a insulina. Como consequência, a absorção de açúcares aumentou, a quantidade de gordura nas células adiposas diminuiu e o pâncreas voltou a produzir insulina normalmente.

Contudo, os pesquisadores ressaltam que o tratamento funcionou em ratos que tinham diabetes recente. É necessário mais tempo – assim como mais pesquisas – antes de introduzir um tratamento com antagomires para humanos no mercado.


Falha em células das ilhotas de Langerhans, que deixam de produzir insulina suficiente para o corpo, são uma das causas
 para o desenvolvimento de diabetes do tipo 2 em animais. (Foto: Image Source / AFP Photo)

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