A síndrome do olho seco é uma doença que agrava no frio e representa a segunda maior causa de consultas oftalmológicas, além de atingir cerca de 19 milhões de brasileiros (10% da população). Um novo dispositivo do tamanho da cabeça de um alfinete é a mais recente aposta capaz de diminuir os sintomas da síndrome do olho seco.
A síndrome do olho seco atinge cerca de 19 milhões de brasileiros
De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, o procedimento é reversível, pouco invasivo e indolor. Além disso, ele pode ser feito sem anestesia, só com uma gota de colírio lubrificante para facilitar o enxerto.
O especialista lembra que o plugue lacrimal tem o formato de um guarda-chuva e por isso tem mais estabilidade no olho que seus antecessores. “Após o implante os resultados aparecem em poucos dias. Isso porque, consiste em utilizar um instrumento parecido com uma caneta para fechar o ponto lacrimal com o dispositivo que mantém a lágrima represada na superfície ocular”, diz.
“O olho seco pode ser causado pela diminuição na quantidade ou qualidade da lágrima. Independente da causa, aumentar a quantidade é fundamental no tratamento”, afirma.
No caso deste tratamento a proposta é reter o filme lacrimal. Por isso, fortalece a córnea através da maior lubrificação e do aumento do fluxo das três camadas da lágrima – aquosa, lipídica e proteica. É isso que explica porque quem passa pelo procedimento refere melhora da acuidade visual.
O oftalmologista ainda diz que uma mesma pessoa pode ter mais de um fator de risco. Isso diminui o tempo de duração do efeito da lágrima artificial. Resultado – “30% dos portadores instilam colírio com conservante até 10 vezes ao dia, quando a recomendação médica é instilar, no máximo, 4 vezes” afirma.
“O problema é que o uso abusivo agrava a irritação ocular que se torna crônica. O implante do plugue é indicado para todos que não conseguem alívio prolongado usando lágrima artificial. Só é contra-indicado para quem tem alterações na pálpebra ou no sistema lacrimal”, comenta.
Este novo dispositivo que alivia o olho seco não é vendido diretamente ao consumidor. É um produto importado,no valor de U$ 100. Ele é distribuido somente aos médicos, desde que tenham treinamento para fazer o implante. Isso porque é necessário conhecer a técnica para enxertar.
"O médico precisa analisar o tamanho do ponto lacrimal de cada olho e fazer a adaptação", lembra o especialista. Afinal, há casos de pessoas que usam tamanhos diferentes de dispositivo em cada olho porque o canal lacrimal nem sempre tem a mesma dimensão nos dois olhos.
Ele ainda ressalta que "muitas pessoas chegam ao consultório usando um colírio qualquer para olho seco. Todo colírio melhora o conforto visual porque umidece o olho. O problema é que usar colírio impróprio pode causar outras doenças e piorar o olho seco, afirma.
Indicações e Contra-indicações
O médico destaca que além da incidência do olho seco aumentar com a idade, existem outros fatores de risco:
- Uso intenso de computador e de lente de contato
- Menopausa,uso de pílula anticoncepcional ou TRH (Terapia de Reposição Hormonal) que fazem a incidência entre mulheres ser o dobro da verificada na população masculina.
- Hipertensão arterial
- Hiperplasia prostática
- Doenças auto-imunes (alergia, reumatismo, artrite, artrose)
- Blefarite (inflamação da pálpebra), outras alterações palpebrais e do sistema lacrimal.
- Permanecer em ambientes com ar condicionado
Prevenção
Queiroz afirma que a maioria dos portadores de olho seco tem distúrbio leve que pode melhorar com mudanças de hábito. Os principais cuidados preventivos enumerados pelo especialista são:
- Beber 2 litros de água ao dia.
- Fortalecer a camada lipídica da lágrima com óleo de linhaça
- Higienizar a borda das pálpebras com cotonete embebido em xampu infantil.
- Usar óculos com proteção lateral
- Piscar voluntariamente em frente ao computador
- Posicionar o monitor 30 graus abaixo da linha da visão
- Evitar o uso de ar condicionado
- Não dormir com lentes de contato
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