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terça-feira, 21 de junho de 2011

Hospital do Coração realiza cirurgias intra-útero para casos de malformações fetais

A importância dos exames no período pré-natal em gestantes é incontestável.

Somente desta forma é possível identificar casos de problemas no feto, ainda dentro do útero materno como malformações, alterações do bem estar fetal, problemas cardíacos, entre outros. A ultrassonografia morfológica faz parte da série de exames que devem ser solicitados pelo obstetra durante a gestação, para detectar qualquer anormalidade fetal ainda no útero materno.

Todo esse cuidado é justificado diante da incidência de bebês portadores de malformações congênitas, que chega a 2% de todos os nascidos vivos. As cardiopatias são as afecções mais frequentes, enquanto casos de síndrome de transfusão feto-fetal (STFF) e hérnia diafragmática congênita (HDC) figuram entre os casos raros, porém, não menos graves.

“O acompanhamento e o tratamento de um bebê com malformação congênita, ainda na gestação, é primordial para a saúde do feto. Exames como a ultrassonografia morfológica, o ecocardiograma fetal e a investigação cariotípica podem tranquilizar os pais, pois a partir do diagnóstico é possível decidir qual será o momento ideal e a melhor forma de se realizar o tratamento”, afirma a Dra. Simone Pedra, cardiologista fetal e coordenadora da Unidade Fetal HCor.

Referência no atendimento cardiológico, o Hospital do Coração, em São Paulo, inaugurou em 2009 a Unidade Fetal e conta com equipes especializadas no atendimento pré-natal não só a bebês cardiopatas, como também portadores de outras graves afecções detectadas intra-útero como a síndrome de transfusão feto-fetal, a válvula de uretra posterior, a hérnia diafragmática congênita entre outras.

A STFF ocorre somente em gestações gemelares monocoriônicas (dois fetos dividindo a mesma placenta), havendo um desequilíbrio entre as circulações sanguíneas dos gêmeos através de comunicações vasculares anormais entre ambos. Esta doença é muito grave e se não interrompida rapidamente tem altas chances de evoluir com óbito de ambos os fetos. A STFF ocorre em 10 a 30% das gestações gemelares monocoriônicas.

“Neste caso, a intervenção cirúrgica intra-uterina é feita com o auxílio do laser, usado para a cauterização dos vasos anômalos e interrupção da circulação anormal entre os fetos. Em casos de STFF grave, quando o tratamento não é realizado, há óbito de pelo menos um feto em 95% dos casos. Com o tratamento de ablação com laser dos vasos placentários por via endoscópica, a sobrevida de pelo menos um dos gêmeos é de 80%”, explica o Dr. Fábio Peralta, cirurgião fetal do HCor, especialista neste tipo de procedimento.

A Hérnia Diafragmática Congênita – HDC é um defeito no diafragma - músculo envolvido nos movimentos respiratórios, que separa o tórax do abdômen – em que os órgãos abdominais, como fígado, estômago, intestino, sobem para a região torácica e ocupam o local onde ficam os pulmões. Desta forma, há hipodesenvolvimento pulmonar levando a sua hipoplasia. A incidência de casos desse tipo é de aproximadamente 1/4000 gestações. Em casos muito graves, quando há herniação do fígado para o tórax fetal, a chance de sobrevida pós-natal dos afetados é menor do que 10%.

A intervenção nesses casos é feita ocluindo-se temporariamente a traquéia do feto com um pequeno balão de silicone, o que faz com que os pulmões se expandam, melhorando a chance de sobrevida do neonato.

A oclusão traqueal fetal é realizada somente nos casos extremamente graves (com herniação hepática), sendo a sobrevida nos casos em que a oclusão traqueal foi realizada, de aproximadamente 50% (contra menos de 10% se a conduta expectante no pré-natal for adotada).

Em janeiro de 2009, o Hospital do Coração, referência no atendimento de cardiopatias congênitas, inaugurou a sua Unidade Fetal. Há aproximadamente 30 anos atuando na área de cardiologia pediátrica, a unidade foi criada com o objetivo de oferecer o que há de mais moderno no diagnóstico e tratamento precoce de cardiopatias congênitas graves. Ampliando a sua atuação a unidade conta hoje não só com o atendimento cardiológico, mas também com todo o arsenal diagnóstico e terapêutico disponível na medicina fetal.

Dispondo de uma equipe obstétrica especializada em gestações de alto risco e da mais especializada equipe de medicina fetal, o HCor se destaca como um dos serviços mais completos nesta área do país dispondo das mais modernas técnicas terapêuticas para o tratamento de anomalias de toda natureza que ocorrem e são diagnosticadas ainda na vida fetal.

http://www.revistahospitaisbrasil.com.br/noticias_detalhe.asp?id_noticia=1939

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