Quanto mais frequentes os sintomas do transtorno do sono, maior o risco de impotência, revela estudo
Homens que sofrem de síndrome das pernas inquietas correm riscos maiores de impotência, é o que sugere um novo estudo americano. Realizado por pesquisadores da Universidade de Harvard, o estudo se apóia em pesquisas anteriores que revelaram que a impotência, ou disfunção erétil, é mais frequente entre homens mais velhos que sofrem da síndrome das pernas inquietas – e quanto mais frequentes os sintomas do transtorno do sono, maior o risco de impotência.
Participaram do novo estudo 11.000 homens, com idade média de 64 anos no início dos testes em 2002, que não sofriam de impotência, diabetes ou artrite. O experimento, chamado Estudo de Acompanhamento dos Profissionais de Saúde, teve início com um questionário padrão de perguntas relacionadas à saúde. Foram considerados portadores da síndrome das pernas inquietas os participantes que cumpriram os quatro critérios de diagnóstico recomendados pelo Grupo de Estudo Internacional da Síndrome das Pernas Inquietas e apresentavam sintomas mais de cinco vezes ao mês.
Os pesquisadores identificaram, então, 1.979 casos de disfunção erétil. Os homens que sofriam da síndrome das pernas inquietas apresentaram propensão 50% superior de se tornarem impotentes e o resultado foi mantido mesmo depois dos pesquisadores compensarem fatores importantes entre os participantes – como idade, peso, tabagismo, uso de antidepressivos e presença de diversas doenças crônicas. O estudo revelou que os participantes que apresentavam sintomas da síndrome até 14 vezes ao mês se mostraram 68% mais propensos a sofrer de disfunção erétil.
O estudo foi apresentado durante o encontro anual das Sociedades Associadas de Profissionais do Sono, a SLEEP 2011, em Minneapolis. O estudo será considerado preliminar até sua publicação em um periódico revisado por profissionais da área.
Na edição de 1 de janeiro de 2010 do periódico Sleep, os mesmos pesquisadores relataram que a disfunção erétil é mais comum entre homens mais velhos portadores da síndrome, sendo que a ligação seria ainda mais forte entre homens com sintomas mais freqüentes do problema.
“Os mecanismos que estão por trás da associação entre a síndrome das pernas inquietas e a disfunção erétil poderiam ser causados pelo hipofuncionamento da dopamina no sistema nervoso central, que está associada a ambas as condições”, disse o Dr. Xiang Gao, instrutor da Escola de Medicina da Harvard e epidemiologista do Brigham and Women’s Hospital, de Boston, e autor do estudo.
De acordo com a Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, a síndrome das pernas inquietas provoca uma vontade intensa de movimentar as pernas, o que se torna desconfortável ao deitar-se e sentar-se. Algumas pessoas descrevem a condição como uma sensação de queimação ou formigamento nas pernas. Movimentar-se melhora a sensação, mas o alívio não dura muito.
Na maioria dos casos, não existe uma causa conhecida para a síndrome. Em alguns casos, a mesma pode ser causada por alguma doença ou condição de saúde, como a anemia e a gravidez. A cafeína, o tabaco e o álcool podem acentuar os sintomas.
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