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domingo, 10 de julho de 2011

Hemodiálise mantém saúde de pacientes que esperam por transplante renal

Processo mecânico é utilizado quando os rins trabalham com menos de 10% da capacidade normal
Nereu de Almeida / Agencia RBS
Equipamento filtra o sangue de todo o corpo durante quatro horas para que ele volte limpo para o organismo
Foto: Nereu de Almeida / Agencia RBS

O nome pode assustar um pouco e o funcionamento também. Na hemodiálise, o sangue é retirado do organismo e filtrado em uma máquina para voltar limpo ao corpo. O processo, que dura quatro horas, deve ser feito três vezes por semana e é o responsável por manter a vida de pacientes que esperam na fila de transplantes e cujos rins trabalham com menos de 10% da capacidade normal.

Cerca de 5 mil pessoas de várias idades fazem hemodiálise no Rio Grande do Sul e quase 100 mil no país. São pacientes que apresentam insuficiência renal decorrente de doenças hereditárias, infecciosas, ou, como em 50% dos casos, relacionadas à hipertensão ou diabetes.

— A hemodiálise, na medida em que mantém o paciente em uma situação estável, aumenta a possibilidade de transplante dos rins. Já quem precisa de um coração ou de um pulmão não tem a possibilidade de fazer um tratamento com um "órgão artificial" — compara o presidente da Sociedade Gaúcha de Nefrologia João José de Freitas.

Segundo o médico, mais da metade dos pacientes consegue levar uma vida praticamente normal e às vezes até trabalhar. A professora aposentada Alzira Correa, 69, faz hemodiálise há seis anos, mesmo tempo em que espera por um novo rim. Mas ela não se queixa.

— Não sinto nada, minha rotina é normal. Caminho, faço todas as atividades da casa e mais um pouco: faço doces, costuro, bordo, faço tricô. Como eu adoro Porto Alegre, viajo frequentemente para visitar meus filhos. Só pego a transferência aqui e faço a hemodiálise na Capital — conta a moradora de Santana do Livramento, na Fronteira Oeste.

Prevenção

A detecção precoce do problema renal pode retardar ou até evitar a perda da função dos rins, de acordo com Freitas. A prevenção pode ser feita por meio de hábitos saudáveis e da realização de dois exames: o de urina, que analisa alguma alteração na proteína; e um exame de sangue chamado creatinina, que avalia o funcionamento dos órgãos.

— A frequência da realização destes exames depende da idade e de outros fatores que devem ser avaliados por um médico. Filhos de pacientes com doença renal devem fazer ainda na infância e repetir uma vez por ano, assim como os hipertensos e diabéticos — afirma.

Liliane Menezes de Souza, 46 anos, faz hemodiálise há cinco e acredita que poderia ter evitado a perda renal se tivesse tomado mais cuidado.

— Eu poderia ter me prevenido, meu problema é hereditário, já tinham casos na família — explica.

Outros tratamentos

Atualmente, já existe um equipamento seguro e com um preço acessível que possibilita que o paciente faça a hemodiálise na sua própria casa. Além disso, há também um outro processo utilizado nestes casos, a diálise peritoneal, que é realizada por meio de um cateter introduzido na cavidade abdominal.

A escolha do tratamento e da maneira como ele deve ser feito depende, segundo o médico, do caso, das condições e da disposição do paciente e de sua família.

Fonte Zero Hora

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