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domingo, 10 de julho de 2011

Onda de turistas em “hospitais cinco estrelas” prejudica saúde na Tailândia

País recebe 2 milhões de estrangeiros para tratamento

Irene Alconchel/Efe
Turismo médico vai gerar R$ 4,5 bilhões para a Tailândia em 2015


Hospitais de cinco estrelas com vista para o mar e atendimento de luxo são algumas das armas da Tailândia em sua corrida para se transformar no principal destino asiático do turismo médico, um negócio que dinamita a saúde pública.

Encorajados pela leitura dos folhetos turísticos do "país dos sorrisos", cerca de 2 milhões de estrangeiros passam anualmente pelos hospitais tailandeses para se submeter a tratamentos médicos, mudar de sexo ou mesmo comprar uma dentadura nova.

Alguns viajam em família, como é o caso de Mohammed, morador dos Emirados Árabes Unidos, que, com seus três filhos, aguardava a mulher sair de uma consulta no Hospital Bumrungrad, no distrito árabe de Bangcoc.

– Acho que aqui minha mulher vai ser bem atendida. Além disso, contamos com tradutores se precisamos de ajuda com o inglês. Quando terminar, aproveitaremos a viagem para relaxar na praia.

O número de estrangeiros que viajam para Tailândia por motivos de saúde não para de aumentar e a Autoridade de Turismo prevê que em 2015 o país receberá cerca de R$ 4,5 bilhões graças ao negócio.

Entre os turistas que chegam à Tailândia por esse motivo se destacam australianos, britânicos, suecos, russos e cidadãos de países do Oriente Médio.

Os motivos que estimulam milhares de estrangeiros a viajar até o país vão desde o preço do tratamento nos hospitais, de onde esperam sair para desfrutar um período de férias, até o longo tempo de espera na Europa, a falta de seguridade social em países como os Estados Unidos e a carência de infraestruturas em nações menos desenvolvidas.

Jim, um escocês que mora no Vietnã há mais de uma década, explicou no vestiário da clínica que escolheu essa opção após descartar com sua mulher a assistência ginecológica dos centros sanitários vietnamitas.

Ao seu lado uma jovem das Ilhas Maldivas declarou que sua viagem à Tailândia está relacionada ao desejo de ser mãe, além de aproveitar para fazer algumas compras em shoppings da capital.

– Estou tentando ficar grávida há um ano sem sucesso, por isso vim aqui me submeter a um tratamento de fertilidade. Não quero que ninguém em meu país saiba que não posso ter filhos.

O setor de turismo médico tailandês tem em Cingapura seu mais imediato concorrente, além da Índia, que oferece serviços parecidos a um custo menor, mas com infraestrutura inferior.

Prayut Somprakit, diretor do Bangcoc Hospital, um dos pioneiros na turística ilha de Phuket, explicou que, além de um serviço médico de qualidade, é importante para seu centro "contar com uma equipe diferenciada e atenta que responda às características genuínas dos tailandeses".

A aposta no turismo médico repercutiu de forma negativa no sistema público sanitário da Tailândia. Segundo o movimento civil Fórum de Leis, o sistema não tem profissionais suficientes para atender o setor privado e o público.

Centenas de médicos e outros profissionais da medicina deixaram os hospitais públicos atraídos pelos salários oferecidos pelas instituições particulares, até três vezes superiores.

Essa perda de profissionais contribuiu para a piora da situação do sistema sanitário estatal, do qual 67 milhões de tailandeses dependem.

Ao mesmo tempo em que os centros privados se equipam com o que há de melhor, os tailandeses mais humildes se queixam da aglomeração enfrentada pelos doentes internados e do longo tempo que precisam esperar para ser atendidos.

Fonte R7

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