O ato de comprar é, sem dúvida, prazeroso. Quando adquirimos algo, nos sentimos de certa forma, recompensados, pois a partir daquela aquisição poderemos usufruir de um determinado valor que trará benefícios de conforto, de praticidade ou satisfação pessoal.
Não é incomum, entretanto, que as empresas atraiam para suas práticas corporativas as mesmas sensações obtidas no ambiente privado, acelerando o processo de obtenção do bem em detrimento da estruturação e centralização das aquisições no departamento de Compras.
Há algumas razões que reforçam a necessidade de não se efetuar aquisições diretas que vão muito além do orgulho ou suscetibilidade dos compradores. Vejamos algumas:
- Compradores profissionais sabem conduzir processos de aquisição de forma a garantir que a satisfação com a compra não se encerre no ato do recebimento do bem. Seus pedidos são definidos com base na possibilidade de prolongamento do grau de satisfação do cliente interno;
- Em várias oportunidades as decisões profissionais de compra sãp baseadas em um exaustivo trabalho de depuração das características técnicas desejadas pelo solicitante que, em um primeiro momento, não estavam claras. Atuar em conjunto com o usuário na exata identificação daquilo que se necessita elimina riscos desnecessários, perigosos ou financeiramente prejudiciais;
- O conhecimento obtido através de sucessivas atividades de aquisição , concede aos compradores uma experiência de análise de cenários mais propícia à identificação de oportunidades e diminuição de riscos. Quantas áreas estariam aptas a conduzir ou analisar a compra de um bem estrangeiro por importação direta X mercado local? Quantas teriam acesso ao budget da empresa, servindo de ponte entre as demandas técnicas e a capacidade de pagamento do setor Financeiro?
- O convívio com o mercado permite uma visão abrangente das características éticas das atividades, preservando não só os agentes envolvidos no processo, mas também a imagem da empresa que representam. Pessoas não preparadas para abordagens “excêntricas” podem ser levadas a cometer atos inadequados, mesmo sem percebê-los;
- Obviamente, o setor de Compras recebe maiores cuidados quando o assunto é o uso do dinheiro da empresa, o que, por conseqüência, atrai maiores controles de preservação dos recursos e ativos das companhias. Quando se ramifica a atividade de compra na organização, o monitoramento tende a ser menos eficaz dada a descentralização da condução dos processos.
A principal reclamação dos clientes de Compras está presente na burocracia que toda a rotina do setor acarreta a cada processo de compra, o que impede que os solicitantes tenham rápido acesso às necessidades. Porém, a despeito da ausência de um planejamento que considere o tempo de aquisição no momento da montagem das requisições (e isto ocorre muito), não deixa de ser responsabilidade dos compradores agir para que esta percepção se reduza. Somente assim, com um nível de serviço adequado, haverá uma perfeita junção entre os aspectos tempo x segurança x preservação de recursos.
Como fazer isso, é assunto para outro post.
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