Durante assembleia, servidores decidiram expulsar governador do quadro de filiados ao SindSaúde
São Paulo, 5 - Depois que o governo se recusou a receber a comissão formada para negociar um acordo para o fim da greve, os servidores da saúde votaram pela radicalização da paralisação a partir da quinta-feira, 7. A decisão foi tomada durante assembleia geral da categoria, realizada na manhã de segunda-feira, 4, na Praça do Buriti.
A radicalização vai implicar, principalmente, na paralisação de servidores lotados em emergências, lavanderias e DDIs (Divisão de Documentação e Informática), além dos trabalhadores que atuam em ambulatórios e centros de saúde, que já estão em greve desde a segunda-feira, 27/6.
Assembleia
Durante a assembleia, os servidores da saúde decidiram, de forma unânime, pela expulsão do governador Agnelo Queiroz do quadro de filiados ao SindSaúde. Houve ainda a encenação do velório do governador, tratado pelos servidores da saúde como traidor da categoria da saúde.
Após a declaração do governo de que não está disposto a negociar com grevistas, o presidente do SindSaúde, Agamenon Torres, falou à categoria. "Já que não negocia, vai ter que nos derrotar na luta. O governador estava acostumado a ficar em cima do carro de som fazendo greve, mas depois que virou patrão, resolveu radicalizar com os servidores", desabafou.
Marli Rodrigues, diretora do SindSaúde, disse que o governo tenta ameaçar os companheiros trabalhadores com o corte de ponto e com a retirada das 40 horas. "Nessa greve só fica quem tem coragem. Nós sequer fomos recebidos pelo governo. Essa é a posição pessoal do governador de não discutir ou dialogar com os grevistas da saúde. Mas se o governador radicalizou com a gente, também vamos radicalizar. A população precisa entender que não temos outra saída", explica.
Negociação
O deputado distrital Dr. Michel tentou intermediar uma aproximação entre os representantes dos servidores da saúde e o governo. "Liguei para o governador e pedi para ser recebido. Ele incumbiu, para isso, Rafael Barbosa [secretário de Saúde], que se comprometeu a negociar com a categoria, caso a greve seja suspensa até 15 de julho, tempo suficiente para concluir as negociações", afirmou o deputado durante reunião do comando de greve, realizada na tarde dessa segunda-feira, no Sindicato.
A proposta apresentada pelo deputado será analisada pelos servidores da saúde na assembleia da categoria marcada para quinta-feira, 7/7, às 10h, em frente ao Palácio do Buriti. Caso não haja acordo, a radicalização da paralisação será deflagrada após essa assembleia, que decidirá como e quando o processo será iniciado.
Notificação
O presidente do SindSaúde, Agamenon Torres, foi notificado por oficial de Justiça sobre a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) a respeito da greve nesta segunda-feira, na sede do Sindicato. A decisão não muda o posicionamento da categoria sobre a greve, que continua até a próxima assembleia, na quinta. O SindSaúde vai recorrer da decisão.
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