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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Clima faz espera em hospitais aumentar

Ar seco tem levado mais pacientes às instituições privadas; atendimento pode demorar até 3 horas


Doenças respiratórias como rinite, faringite e crises alérgicas têm aumentado por conta do tempo seco e levado mais pacientes aos prontos-socorros dos hospitais privados da cidade. A procura por consultas de emergência também tem atrasado o atendimento. O tempo de espera, que costuma ser em média de 30 minutos, agora pode chegar a 3 horas.

DANIEL TEIXEIRA/AE
DANIEL TEIXEIRA/AE
Previsão de espera de mais de 2 horas para ser atendida no Hospital São Camilo, no bairro da Pompeia, irritou ontem a administradora Cecília Calovini.
Procurados ontem pelo Jornal da Tarde, os hospitais São Camilo, Paulistano, Santa Catarina e Oswaldo Cruz confirmaram um aumento médio de 30% no número de atendimentos por conta da baixa umidade do ar. O número coincide com a estimativa da Secretaria Estadual da Saúde para os postos de saúde de todo o Estado pelo mesmo motivo.

"O inverno modifica a condição atmosférica e a junção entre frio, ar seco e poluição compromete as vias aéreas de qualquer pessoa, alérgicas ou não", explica o pneumologista Clystenes Odyr Soares Silva, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Estudos apontam que cerca de 10% da população têm doenças respiratórias, uma estimativa de pouco mais de 1 milhão de pessoas alérgicas na capital. "Se 20% delas passarem mal por conta do tempo seco, já serão 200 mil pessoas a mais nos hospitais."

Sempre que precisa de um médico, a analista financeiro Fernanda Pellegrino, de 33 anos, vai ao mesmo hospital. Anteontem, as cadeiras da sala de espera estavam todas ocupadas e 18 pessoas aguardam pelo atendimento em pé. "Cheguei ao meio-dia e fui atendida só às 15h. Nunca tive crises alérgicas, mas estava com uma dor de cabeça muito forte."

A administradora Cecília Calovini, de 48 anos, foi ontem ao Hospital São Camilo, na zona oeste, com crise de rinite. Só não contava com a espera de 2 horas para ser atendida. "A gente paga convênio e não é nada barato e tem de ficar plantado aqui", reclamou.

A estudante Thais Brandão Curto, de 19 anos, também aguardava atendimento no mesmo hospital havia quase 2 horas e se queixava "de muita dor de garganta". A suspeita, disse Thais, era de que fosse caxumba. "Ela passou pela triagem e como está com suspeita de uma doença viral, o correto seria não ter contato com outras pessoas", observou Cátia Curto, de 50 anos, mãe da estudante.

Outra paciente que não quis se identificar contou que paga mais de R$ 1 mil de convênio e esperou por 2h40 para ser atendida. Questionados, profissionais do São Camilo disseram estar atendendo com seis clínicos, o número normal de médicos na emergência.

Também por conta de uma forte crise de rinite, o empresário Osmar Henrique dos Santos, de 29 anos, foi à unidade Santana (zona norte) do Hospital São Camilo. Como a previsão de espera era de 2h30, ele resolveu ir ao Hospital Paulistano, no centro. "Aguardei 1h30 pela consulta."

A alergologista do Hospital Santa Catarina Fabiana Hashimoto diz que as partículas que ficam em suspensão no ar nessa época podem desencadear crises alérgicas até em pessoas que nunca tiveram a doença.

especial COMO SE PREVENIR
link Tome a vacina contra a gripe
link Não faça exercícios físicos em grandes avenidas
link Tome bastante líquido
link Evite ir a parques entre as 10h e 17h quando a umidade do ar estiver baixa
link Deixe um recipiente com água ou uma toalha molhada no quarto antes de dormir
link Não use o umidificador elétrico por muitas horas seguidas. O ambiente pode ficar muito úmido e causar mofo e bolor
link Lave as narinas com soro fisiológico e/ou faça inalações com o mesmo produto
link Mantenha os ambientes arejados e livres de tabaco e poeira
link Evite permanecer por muito tempo em lugares fechados em que haja grande concentração de pessoas, como shopping centers, cinemas e supermercados
link Se tiver cachorro ou gato, evite deixar seu animal dentro de casa. O pelo pode causar alergia
link Substitua cobertores por mantas de tecido sintético ou algodão
link Evite falar muito perto de pessoas que estejam com gripe
link Não tome remédios comprados sem prescrição médica
link Locais sem boa ventilação ou com ar-condicionado também devem ser evitados
link Evite mudanças bruscas de temperatura
link O consumo de bebidas muito geladas deve ser eliminado ou, ao menos, evitado

Fonte Estadão

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