A rotina de malhação vem sendo – a cada ano com mais frequência – intercalada por ferimentos e machucados, mostra estudo publicado recentemente pelo “American Journal of Sports Medicine”. Entre um supino e outro, uma fratura pode interromper os treinos.
Durante 17 anos, os pesquisadores avaliaram os casos que chegaram aos departamentos de emergência dos Estados Unidos e encontraram 25.535 lesionados em academias de ginástica. O motivo para levar as pessoas ao pronto-socorro, em quase 90,4% dos registros, foi o acidente com os aparelhos de musculação. Os mais comuns foram as fraturas, torções ou luxações provocadas pela derrubada de pesos livres nos pés, pernas, mãos e braços. Entre as mulheres, uma em cada cinco foi ferida na região dos membros inferiores. Já entre os homens, quase metade machucou os braços ou o dorso.
Por ano, o incremento numérico de lesionados variou entre 40 e 70%.
No Brasil, não há um estudo tão completo sobre o perfil das lesões nas academias de ginástica, mas o presidente do Conselho de Educação Física de São Paulo – e professor do curso na FMU – sabe traçar como os acidentes começam. “Ou são marinheiros de primeira viagem que não sabem manusear os aparelhos e, mesmo assim, treinam sozinhos. Ou são aventureiros, que acreditam já ter total domínio da máquina, colocam mais peso do que podem aguentar e acabam se machucando, muitas vezes de forma grave”, afirma.
Sem apoio
Malhar sozinho nem sempre é escolha pessoal dos matriculados em academias do País e também não necessariamente indica autosuficiência dos malhadores. A proliferação de unidades que oferecem musculação não foi acompanhada pela disponibilidade de especialistas na área para, em tempo integral, acompanhar os alunos e oferecer assistência durante os exercícios. Isso fez crescer a quantidade de locais que fogem às regras e não oferecem professores qualificados para a função.
A situação das chamadas academias clandestinas está espalhada em todo Brasil e exigiu do Conselho Federal de Educação Física uma mobilização para fechar o cerco a estes estabelecimentos. No início do ano, a promessa era reforçar a fiscalização dos locais.
Outro fator de risco que também mora nas academias que não seguem normas técnicas e não prezam a qualidade dos serviços, acrescenta Delmanto, é a falta de manutenção dos aparelhos. “As escolas não oferecem professores em número suficiente e também não mantêm a qualidade dos aparelhos. O resultado da soma destes dois fatores só pode ser lesões. Por isso, os interessados em frequentar as academias devem levar todos estes pontos em consideração antes de fazer a matrícula.
Pernas e coração
A presença de profissionais da área dentro das academias não garante apenas a segurança nos aparelhos de musculação. O cardiologista especializado em medicina do esporte, Nabil Gorayeb, também costuma dizer que só um laudo médico e uma avaliação física de qualidade conseguem mensurar os limites do novo aluno. Passar por este processo (que mensura constantemente a frequência cardíaca) é fundamental para não arriscar uma lesão muscular e também algum problema cardiovascular importante, como o infarto. Saiba qual é o check list prévio que deve ser seguido antes da matrícula na academia.
Fonte IG
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