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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Portugal: Metade dos profissionais de saúde vítima de agressão

Estudo de um investigador nacional revela que, pelo menos uma vez por ano, os profissionais do sector da saúde são vítimas de agressões.

Cerca de metade dos profissionais de saúde é agredido pelo menos uma vez por ano, defende um estudo do investigador André Biscaia, que contraia os dados divulgados pelo Relatório de Avaliação dos Episódios de Violência Contra os Profissionais de Saúde, da Direcção Geral da Saúde, segundo o qual diminuiu o número de agressões a estes profissionais relatadas em 2010, passando de 174 em 2009 para 79 no ano passado.

«Não sabemos se estes números reflectem uma diminuição real de violência ou uma diminuição de reportes, que são sempre voluntários», sublinhou em declarações à Lusa André Biscaia, coordenador de um estudo realizado em 2007 que veio mostrar uma realidade mais dramática.

«Entre 40 a 50% dos profissionais de saúde vão ser ou foram vítimas de pelo menos um episódio de violência por ano», garante o especialista, acrescentando que normalmente quem é vitimado uma vez acaba por sê-lo mais vezes.

Os números «variam muito» consoante as instituições e os cargos ocupados nos serviços de saúde, porque existem «factores de vulnerabilidade»: quem tem mais contacto com o público está mais exposto.

«Não há grupos imunes», garante, lembrando que «quando o profissional de saúde tem de dizer "não" a um pedido as probabilidades de se transformar em vítima aumentam».

Segundo o investigador, a agressão verbal é a mais habitual, seguida da pressão moral e da violência contra a propriedade pessoal, como «os roubos ou riscar o carro do profissional de saúde», que representam cerca de 15%.

«Mas existe todo o tipo de violência, nomeadamente a física, o assédio sexual ou a discriminação», contou, lembrando que «cerca de metade dos profissionais de saúde já sofreu agressões verbais, o assédio moral representa 16 a 18% e a violência física apenas dois a 3%». Já a discriminação «não é muito frequente» e o assédio sexual existe mas «é muito raro».

Os agressores são habitualmente os utilizadores dos serviços, mas também os seus familiares e acompanhantes e outros profissionais de saúde. Os locais onde se registam mais episódios são os serviços de psiquiatria, onde 70% dos profissionais já foram alvo de violência, seguido das urgências.

Fonte Destak

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