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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Aprenda a lidar com emergências com crianças e idosos

Guia escrito pelo médico Drauzio Varella ensina como as pessoas devem proceder em caso de acidentes. Em casa, crianças são as maiores vítimas, com 100 mil ocorrências por ano, segundo o Ministério da Saúde

Uma emergência costuma provocar pânico — e é justamente essa reação descontrolada que pode fazer com que qualquer incidente torne-se uma questão de vida ou morte. De um simples ferimento a uma parada respiratória, é consenso que todas as urgências devem ser resolvidas com calma. É preciso, porém, saber como agir. Segundo os especialistas, a segurança de saber o que fazer pode mudar completamente o resultado de um acidente. É o “momento de ouro”, quando, além de não entrar em pânico, a pessoa tem que decidir quais cuidados adotar antes de encaminhar uma vítima para o pronto-socorro ou enquanto aguarda, no local, a chegada de ajuda especializada.

Para o médico Drauzio Varella, autor do livro Guia prático de primeiros-socorros, lançado pela editora Claro Enigma, é comum as pessoas pensarem que os primeiros cuidados são responsabilidade apenas de um médico.

“Mas isso só é verdade quando desconhecemos o que fazer em cada situação, seja o caso de uma simples torção, seja quando se trata de queimadura, choque, intoxicação, convulsão, afogamento ou parada cardíaca, entre tantas outras possibilidades”, explica.

A ideia de criar um manual foi justamente para conscientizar as pessoas de que as providências em caso de emergência, além de fundamentais, não passam de um conjunto de medidas práticas e bastante simples, ditadas pelo bom-senso. São procedimentos que podem e devem ser aprendidos por pessoas de todas as idades, tendo em vista que acidentes ocorrem em qualquer lugar e de forma imprevista. “Conhecendo os primeiros socorros em geral, sentimos menos medo de enfrentar a adversidade e nos tornamos mais capazes de cuidar dos outros e de nós mesmos”, afirma o autor da obra.

Nas situações mais complicadas, essas ações de primeiros-socorros têm como objetivo manter a pessoa viva; nas demais, ajudam-na a se recuperar mais rapidamente. Quando, contudo, não se pode ou não se sabe fazer nada, o mais importante é chamar ajuda imediatamente. “Ao chamado, explique com calma como e onde o acidente ocorreu”, ensina o presidente da regional de Minas Gerais da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Breno Figueiredo Gomes.

Ele acredita que, além do bom-senso de encaminhar o acidentado rapidamente para um local onde possa receber ajuda especializada, é importante saber registar os mínimos detalhes do ocorrido, levando aos especialistas o máximo de informações para auxiliar no atendimento feito pelo médico de emergência.

Mesmo que grande parte das situações de urgência exijam treinamento, o médico afirma que a simples familiaridade ou a capacidade de reconhecer situações de risco fazem toda a diferença, como é o caso do acidente vascular cerebral (AVC). “Se a pessoa, de repente, não consegue falar, não movimenta os braços e entorta a boca para um dos lados, deve ser encaminhada com urgência, para uma unidade de atendimento. Assim, as chances de sobrevivência e de não haver sequelas são muito maiores”, diz.

Ambiente doméstico
Se os acidentes não têm hora para acontecer, eles tampouco excluem nenhuma faixa etária. Em casa, onde ocorrem a maioria das emergências, crianças e idosos costumam ser as principais vítimas. O motivo é que as residências não são projetadas para as necessidades desses dois grupos, como alerta a pediatra Eliane de Souza, coordenadora da Clínica Pediátrica do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, o maior de Minas Gerais e referência na América Latina no atendimento de politraumatismos.

Segundo o Ministério da Saúde, mais de 100 mil crianças e adolescentes, até 14 anos, são hospitalizadas todos os anos vítimas de acidentes como quedas, queimaduras e sufocamento. O mais preocupante: quase 90% dessas lesões poderiam ser evitadas.

Os tipos variam conforme a idade e a etapa de desenvolvimento. As quedas, bastante comuns em escadas, lideram as causas de atendimento médico até 9 anos. As queimaduras, em geral, são as maiores responsáveis por acidentes domésticos com crianças de até 4 anos. Por isso, conserte fios desencapados, mantenha ferros de passar bem guardados e afaste os pequenos da cozinha enquanto alguém usa o fogão. Além disso, opte pelo álcool gel no lugar da versão líquida.

Já as intoxicações por plantas são mais comuns entre os menores de 9 anos. A dica para prevenir esses acidentes é pesquisar sobre os tipos de planta que você têm em casa para saber se são tóxicas ou não.

Um dos cômodos da casa que mais atrai os pequenos é o banheiro. Afinal, lá estão todos os tipos de frascos de produtos de higiene, das mais variadas cores e tamanhos, além de remédios, alicates e lâminas de barbear. Sendo assim, é fundamental deixar os itens mais perigosos trancados, longe do alcance de crianças. Em relação aos medicamentos, vale a mesma regra.

A pediatra Eliane afirma que, antes mesmo de pensar em primeiros-socorros é preciso pensar em prevenção de acidentes. No caso de crianças, uma regra básica é nunca deixá-las sozinhas. “Elas são muito curiosas e, em algumas etapas do desenvolvimento, não têm coordenação motora ou visão de profundidade. Além de olho vivo, é preciso mantê-las longe do perigo.”

Fonte Correio Braziliense

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