Pesquisadores nos EUA e na Nicarágua deram um passo importante para entender por que o vírus da dengue causa sintomas relativamente leves em alguns casos e, em outros, pode desencadear hemorragias letais.
Um dos fatores de risco mais ligados à versão hemorrágica da doença é ter sido infectado antes por um dos subtipos do vírus da doença.
O causador da dengue se divide em quatro grandes linhagens (conhecidas pelos números 1, 2, 3 e 4). Quem, por exemplo, é infectado pelo subtipo 1 e se cura fica permanentemente imune a ele.
No entanto, ganha imunidade apenas temporária aos demais subtipos. Se for infectado de novo por um deles, corre mais risco de desenvolver a doença hemorrágica.
A equipe liderada por Eva Harris, da Universidade da Califórnia em Berkeley, mostrou que a infecção prévia é só um dos fatores para desenvolver a forma mais severa da doença. Outro ponto crucial é a genética do vírus, a qual varia bastante, mesmo dentro de cada subtipo.
Harris e companhia chegaram a essa conclusão analisando amostras obtidas de mais de 200 crianças da Nicarágua, que pegaram dengue entre 2004 e 2009.
O que eles viram é que há uma interação potencialmente explosiva entre a genética do vírus e o histórico de imunidade do paciente.
Uma variante do subtipo 2, por exemplo, era mais agressiva em pessoas que já tinham sido infectadas pelo subtipo 1. Outra forma da dengue 2, porém, não era perigosa para essas pessoas, mas trazia mais riscos para quem já teve o subtipo 3.
Os dados devem ajudar, por exemplo, na formulação de vacinas antidengue.
Fonte Folhaonline
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